Cálculos da PSR mostram que as sobras de energia no mercado regulado totalizam R$ 5,6 bilhões. A conta leva em consideração uma sobra média de 9% da energia contratada, um preço médio de compra da energia de R$ 200/MWh, um Preço de Liquidação das Diferenças, para a energia extra ser liquidada, de R$ 50/MWh, e um mercado total de 48 GW médios.
Do total, por lei, as distribuidoras podem repassar para os consumidores até 5% da sobrecontratação. Mas, pelos cálculos da PSR, cerca de 60% do custo seria prejuízo das distribuidoras. De acordo com Bernardo Bezerra, diretor da PSR, algumas medidas poderiam ser tomadas para reduzir as sobras das concessionárias, entre elas está o incentivo ao aumento do consumo.
"Poderia ter uma tarifação reduzida para quem aumentasse o consumo. Ou então, a distribuidora poderia vender o excedente mas só para o consumidor que estivesse aumentando o consumo", explicou o executivo. Outra saída seria a negociação bilateral com os geradores com obras atrasadas. "Aqui poderia ser aproveitada a sinergia entre a sobra das distribuidoras e os atrasos na geração", comenta.
Uma terceira solução, ainda de acordo com Bezerra, passaria pelo reconhecimento pelo governo de que parte da sobra é de papel, ou seja, de projetos que não foram construídos. "Essa energia poderia ser transformada, temporariamente, em energia de Reserva, até uma solução definitiva", afirmou.
Existem ainda, na visão da PSR, um outro conjunto de soluções para alocar a sobra entre os agentes. As medidas envolveriam o aumento do limite de sobrecontratação; permissão para descontratar energia existente; e transformar temporariamente a sobra em energia de reserva.