A atual conjuntura do setor pode levar a Renova a reduzir seu portfolio de projetos em algo próximo a 1 GW de capacidade. Esse movimento está sendo estudado pela companhia para projetos que visam o atendimento ao mercado livre. A avaliação da empresa é de que os preços da energia estão interessantes no mercado spot e isso abre a oportunidade de encontrar valores mais competitivos de contratos quando comparados aos valores de PPAs que fechou no ambiente livre de contratação. Os investimentos previstos no mercado livre indicam que a Renova deverá chegar até 2018 com 1.233,6 GW em potência.

De acordo com o CFO da geradora, Cristiano Correa de Barros, que acumula interinamente o cargo de CEO, esse fator permite à empresa adiar os investimentos nesse segmento ao montante de 1 GW. “Na realidade o redimensionamento que estamos estudando é exatamente em função da postergação de investimentos associados ao mercado livre”, afirmou ele em teleconferência sobre os resultados de 2015. “Temos oportunidades de contratos de longo prazo para atender a esses PPAs a preços mais competitivos que temos contratados, o que permite adiar os investimentos e isso pode significar uma redução no nosso portfólio de projetos de algo em torno de 1 mil MW”, apontou.
A empresa vem trabalhando em outras frentes para reduzir os custos e a estrutura. Barros apontou que são três grandes áreas de atuação. A primeira é o redirecionamento de investimentos futuros adequados à realidade econômica do país, o que diminui a pressão por liquidez no curto e médio prazos. Outra frente de atuação é a reestruturação de processos internos e de sistemas com o objetivo de ter uma companhia mais enxuta em 2016. E ainda está em curso o plano de redução de custos da holding com a redução da área administrativa, de 50% da frota e de 25% de pessoal, e ainda, a renegociação de contratos, mas sem detalhar quais termos e de quanto foi a redução.
Além dessas medidas, a Renova aprovou em fevereiro um aumento de capital de R$ 730 milhões. Esses recursos, comentou o executivo, serão destinados a dar sequência ao plano de negócios, reforçar o caixa e fazer frente à implantação de projetos em desenvolvimento, bem como honrar as despesas da holding e as dívidas de curto prazo.