A Light encerrou o ano de 2015 com lucro líquido de R$ 42 milhões, uma queda da 93,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse desempenho foi fortemente afetado pelos números da empresa no último trimestre do ano, pois apresentou prejuízo de R$ 66 milhões ante um lucro de R$ 520 milhões nesse mesmo período de 2014. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 25,2% de R$ 1,699 bilhão em 2014 para R$ 1,272 bilhão ao final de 2015. 

Segundo a Light, o resultado do quarto trimestre dos dois anos contém os efeitos da CVA e da equivalência patrimonial e que se desconsiderar esses dois itens o lucro de outubro a dezembro deste ano apresentaria um aumento de 61,6%. A receita líquida anual da Light avançou 17,6% na comparação com 2014, passou de R$ 8,260 bilhões para R$ 9,710 bilhões. Na base trimestral houve uma queda de 21,1%, para R$ 2,353 bilhões.
 
O consumo total de energia no ano de 2015 permaneceu estável, com uma leve redução de 0,2% com os 26.446 GWh registrados pela empresa em sua área de concessão. A demanda residencial recuou 1,9% e a industrial caiu 0,9%. No sentido contrário, o segmento comercial apresentou aumento da demanda em 1,6% enquanto as demais classes de consumidores demandaram 1% a mais de energia. A principal explicação para a retração da demanda residencial foram os reajustes tarifários de 2015, que totalizaram 86% desde novembro de 2014 ao final de 2015, mesmo com a temperatura média 0,7 graus Celsius acima do normal.
 
A carga fio, que contempla o uso da rede mais a carga própria somou 37.751 GWh no ano. A energia faturada no mercado cativo recuou 0,6%, para 21.361 GWh, enquanto a energia transportada na rede da empresa aumentou 1,8%, para 5.085 GWh. A energia vendida pelo segmento de geração caiu 9,3% nos 12 meses encerrados em dezembro, para 4.109 GWh. Já a energia comercializada pela Esco e comercializadora da empresa recuou 1,8%. No trimestre, o consumo total na Light ficou 3% menor quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A empresa apontou que esse desempenho deve-se à retração de 6,2% no segmento industrial, de 3,2% no residencial e 1,8% no comercial.
 
As perdas totais sobre a carga fio da Light representaram 23,2% da energia requerida, uma redução de 0,5 ponto porcentual nesse indicador ao se comparar com o número apresentado em 2014. Mas, no ano houve um aumento de 0,2 ponto porcentual ante o reportado ao final do terceiro trimestre. As perdas comerciais na área de concessão da Light somaram 5.889 GWh ao final do ano, um volume que representa 40,65% do mercado de baixa tensão da companhia. Esse indicador foi o mais elevado do ano, mas ainda assim representa uma queda de 1,53 ponto porcentual ante o encerramento de 2014.
 
A taxa de arrecadação da Light foi de 93,2% sobre o total faturado ao final de 2015, um índice 2,5 ponto porcentual abaixo do apresentado um ano antes. A empresa justifica essa piora no indicador em função da queda de 13,2 p.p. na arrecadação do poder público. A capacidade instalada de geração da Light recuou 1,6% em 2015 quando comparada com 2014, passou de 971 MW para 955 MW. A garantia física também caiu, ficou 0,5% menor passando a 682 MW médios.     
 
A dívida líquida da Light ao final de 2015 somava R$ 6,5 bilhões, um montante 9,9% maior do que o reportado 12 meses antes quando o endividamento estava em R$ 5,914 bilhões. Ao mesmo tempo os investimentos da empresa recuaram em 14,7% no ano passado para R$ 944 milhões. A alavancagem da Light encerrou o ano de 2015 com a relação entre a dívida líquida e o ebitda em 4,16 vezes.