A Eneva, empresa em processo de recuperação judicial, reverteu o prejuízo acumulado de 2014 e apresentou lucro de R$ 142,6 milhões em 2015. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado disparou 92,5% para R$ 416,3 milhões. Ao mesmo tempo, as despesas operacionais recuaram 24,2% e os custos operacionais caíram 29,2%. A receita operacional líquida recuou 15,5%.
O lucro líquido ajustado atingiu patamar positivo em consequência de eventos não recorrentes relacionados ao recálculo de custo de indisponibilidade, parcialmente compensados por um impacto de R$ 88,1 milhões resultante do aumento de capital, decorrente da implementação do plano de recuperação judicial e de ajustes contábeis.
Entre os destaques apontados pela empresa está a desconsolidação de Pecém II, que afetou todos os números apresentados no balanço patrimonial da companhia e na demonstração de resultados em junho de 2014. Por outro lado houve a consolidação de ativos das subsidiárias Parnaíba III e IV, BPMB e outras que contribuíram para a conclusão do aumento de capital em novembro de 2015.
A elevação do Ebitda ajustado é atribuída à consolidação desses ativos e do recálculo do custo de indisponibilidade. Essa conta, pago a maior em períodos anteriores aumentou os custos operacionais em R$ 118,2 milhões. Junto com os ajustes contábeis dos encargos com indisponibilidade, no montante de R$ 23,7 milhões, os custos operacionais atingiram R$ 349,2 milhões.
A dívida líquida da Eneva caiu 20,9% ao final de dezembro de 2015, passou de R$ 5,006 bilhões para R$ 3,961 bilhões. A alavancagem da companhia reduziu significativamente, passando de 23,2 vezes a relação dívida líquida/ebitda para 9,5 vezes.
Um mudança implantada ainda em 2015 foi a reorganização societária da companhia que passou a ter o BTG Pactual como acionista majoritário com 49,86% do capital social, a E.On ficou com 12,25%, o Itaú Unibanco com 11,65%, ICE Canyon com 6,8%, Bullseye com 6,47% e outros com 12,97%.