A CPFL Energia deu início a um projeto de P&D da Aneel que levará à instalação de sistemas fotovoltaicos em 200 unidades consumidoras em Campinas. O investimento previsto é de R$ 14,8 milhões e término no início de 2018, quando apresentará os resultados. A meta é de avaliar os impactos da inserção da microgeração nas redes elétricas de baixa tensão e preparar o grupo para seu avanço no país nos próximos anos, até mesmo como um possível segmento de negócio dentro do grupo.
De acordo com o coordenador do projeto de P&D Telhados Solares da CPFL Energia, Rafael Moya, com a iminência do avanço da geração distribuída, as distribuidoras precisam se preparar. O ponto de partida é o de estudar os impactos técnicos em termos de qualidade da energia na rede quando houver milhões de sistemas em operação em uma área de concessão. O foco, disse ele, está na solar fotovoltaica por ser a tendência desse mercado em todo o mundo.
Farão parte desse projeto 200 sistemas instalados em unidades consumidoras no bairro de Barão Geraldo, onde fica a própria sede da empresa e está próxima à Unicamp e o CPqD, que são os parceiros da CPFL no projeto. A universidade é a responsável pelas simulações computacionais, avaliação dos impactos técnicos, capacitação técnica e formação de mão de obra para a geração solar. Já o CPqD analisará a proposição de modelos de negócio e mudanças no arcabouço regulatório do ponto de vista das questões técnicas.
Até o momento, contou Moya, foram instalados os dois primeiros sistemas, o primeiro na Fundação Síndrome de Dow e o segundo no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos. Duas instalações da fundação receberam, cada uma, um sistema de geração solar com capacidade de 10 kW, o equivalente a 66,5% do consumo médio total de energia nos dois locais. Já o centro cultural ganhou uma usina de 4 kW que será a responsável por gerar 36% do consumo mensal médio dessa unidade consumidora.
Os demais 198 sistemas, contou Moya, serão selecionados por meio de um leilão a ser realizado pela empresa e que levará em conta a disposição dos interessados nesse projeto que não pagarão 100% desses sistemas. O valor arrecadado nesse leilão será revertido para realimentar as pesquisas que serão desenvolvidas até o final de 2017. Serão 12 meses de coleta e análise de dados já que a ideia é de instalar esses sistemas até o final de 2016.
“No geral serão sistemas mais residenciais. Ainda não fechamos todos os parceiros, estamos finalizando isso e vamos definir a participação deles por meio de um leilão onde esses interessados dão os lances pelos sistemas. A partir daí os equipamentos passarão a ser desses clientes por toda a sua vida útil”, explicou o coordenador.
Apesar de ter uma maior participação de consumidores residenciais, a empresa quer representar todas as classes de consumo nesse projeto tendo comércio e indústria participando. Esse projeto será aplicado em um único circuito que atende a 5 mil consumidores com uma geração que equivale a 20% da demanda dessa região. Mas, ressaltou Moya, esse projeto não terá um impacto significativo na rede da empresa por se tratar de uma pequena amostra de consumidores dentro da CPFL Paulista.