A Petrobras registrou prejuízo recorde de R$ 34,836 bilhões em 2015. Boa parte dessa perda foi obtida no quarto trimestre, quando a empresa teve prejuízo de R$ 36,938 bilhões. As perdas bilionárias foram causadas pelo impairment, baixa contábil, de ativos e de investimentos, principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento e despesas de juros e perda cambial.

A empresa teve prejuízo operacional de R$ 12,391 bilhões, impactado pelas perdas do último trimestre de R$ 41 bilhões. O resultado é menor que o visto em 2014 de R$ 21,322 bilhões. O ebtida ajustado da empresa alcançou R$ 73,859 bilhões no ano passado, 25% superior a 2014 pelos maiores preços de diesel e gasolina, além da redução dos gastos com participações governamentais e importações de petróleo e derivados. No quarto trimestre, o ebtida ficou em R$ 17 bilhões.

A área de Gás e Energia teve lucro de R$ 817 milhões em 2015, revertendo prejuízo de R$ 1,479 bilhão do ano anterior. No quarto trimestre, houve prejuízo de 1,995 bilhão. O lucro anual decorreu da redução nos custos de aquisição de gás importado; da maior margem de comercialização do gás natural, em função de acréscimo do preço médio de realização; e menores perdas com recebíveis do setor elétrico.

Esses feitos foram compensados pela menor margem de energia elétrica, devido ao recuo de 57% do PLD; impairment das unidades de fertilizantes nitrogenados III e V; e despesas tributárias referentes ao diferimento de ICMS sobre a aquisição de gás natural e estorno de crédito de ICMS sobre operações de transporte de gás. O prejuízo do quarto trimestre, por sua vez, foi causado pela baixa contábil da unidade de fertilizante III, perdas com recebíveis do setor elétrico, além de menor geração de energia elétrica.

As vendas de energia da empresa no ambiente de comercialização livre caiu 27% para 858 MW médios. Segundo a empresa, essa queda deveu-se a migração de parte do lastro disponível para o ambiente de comercialização regulada. No ACR, as vendas aumentaram 30% para 3.160 MW médios. A geração de energia ficou estável em 4.646 MW médios.

Segundo Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, não haverá distribuição de dividendos para executivos e de participação nos resultados para funcionários e diretores. A empresa realizou investimentos de R$ 76,315 bilhões no ano passado, 12% menor que no ano anterior. Os aportes na área de Gás e Energia caiu 57% para R$ 2,581 bilhões. O executivo disse nesta segunda-feira, 21 de março, que os investimentos para este ano ainda não foram fechados.

As baixas contábeis de quase R$ 50 bilhões, foram impactadas principalmente pela área de Exploração e Produção, onde alcançaram R$ 38,292 bilhões, dos quais a maior parte foi de campos de produção de R$ 36,184 bilhões. Bendine disse, em relação as dívidas do setor elétrico, que ainda estão pendentes cerca de R$ 2 bilhões pelo fornecimento de combustível para geração de energia elétrica, principalmente na região Norte. Ele afirmou, porém, que a dívida está sendo negociada e a maior parte do passivo já foi equacionado com apresentação de garantias reais.