O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, voltou a afirmar que a empresa tem interesse em um processo de consolidação do setor elétrico. Entre os possíveis alvos que podem estar no foco da empresa a distribuição é o segmento que parece atrair mais a empresa, principalmente em regiões onde pode haver sinergia, como o executivo vem afirmando em diversas ocasiões. Ele até admitiu que a empresa poderá analisar ativos no Rio Grande do Sul, como a AES Sul e a estatal CEEE-D.

Em sua avaliação, as empresas têm desafios nas áreas de indicadores de qualidade e financeiros. Por esse motivo aguardar a deterioração desses pontos ao ponto de chegar discutir os problemas com a agência reguladora não é o mais adequado. Para ele, se a empresa não consegue performar de acordo com o esperado, a atitude mais adequada para preservar valor na organização é o processo de venda e, nesse sentido, a negociação na iniciativa provada acaba sendo mais fácil do que em uma estatal.
“A consolidação é necessária e vai ocorrer. Não tem sentido termos 63 distribuidoras”, comentou ele em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da CPFL no ano de 2015. Ele citou que nesta segunda-feira, 21 de março, o governo do estado do Rio Grande do Sul teria uma reunião importante quanto à questão de seu financiamento. O estado passa por sérias dificuldades em relação a sua dívida. E a privatização seria uma alternativa para ajudar a sanar esses problemas.
“Hoje é um dia importante para refinanciamento do estado com o governo federal. Outra alternativa, não tenho dúvida, é a privatização de concessões. Acho que isso será considerado, pois há ativos com valor e com a renovação das concessões, não tenho duvida que esse movimento será feito”, afirmou.
Além da CEEE-D, Ferreira Júnior considera os ativos da AES Sul como um potencial alvo se for colocado à venda. E isso, argumenta ele, porque ambas empresas estão próximas da RGE, a distribuidora que controla naquele estado. “É óbvio que avaliaremos se for o caso, são ativos que fazem sentido, desde que respeitados os temas de disciplina financeira da companhia. Avaliaremos todas as oportunidades”, acrescentou.
A companhia ressaltou durante a teleconferência que antes de qualquer decisão busca uma posição conservadora em relação à gestão de seus recursos. Tanto que destacaram que foi deliberado pelo pagamento mínimo de dividendos para melhorar a sua estrutura de capital em busca de criação de valor para a empresa, ainda mais em função do atual momento econômico do país pela falta de clareza de como se desenvolverá.
Outro movimento que destaca o momento da CPFL é a renegociação de dívida feito no ano passado. A empresa rolou toda a dívida de curto prazo e agora possui liquidez que a deixa confortável nos próximos dois anos. As atenções agora se voltam para as ações a partir de 2018. A empresa aponta as questões de financiamentos para o setor como o novo desafio a ser enfrentado, principalmente para se buscar instrumentos de longo prazo em distribuição, afinal, hoje o financiamento de capex é feito no curto prazo para ativos de longuíssimo prazo.