O lucro líquido gerencial da CPFL Energia caiu 3,2% em 2015, para R$ 1,1 bilhão. O desempenho é justificado, principalmente, como o resultado do aumento dos custos com a compra de energia, para R$ 12,4 bilhões. O indicador gerencial considera os ativos e passivos financeiros regulatórios, que não eram contabilizados em 2014, e desconsidera os itens não recorrentes além de consolidar de forma proporcional os ativos de geração do grupo. No padrão contábil IFRS, o lucro líquido da CPFL Energia recuou 1,3%, para R$ 875 milhões.
O resultado Ebitda gerencial, contudo, aumentou 1,2% no ano passado quando comparado a 2014, para 3,94 bilhões. Esse crescimento foi atribuído à melhoria do negócio geração, impactado pela repactuação do risco hidrológico nos contratos junto ao ACR, pela CPFL Renováveis e térmicas da Epasa.
A receita líquida gerencial, excluindo a de construção, avançou 19,8% no ano passado, para R$ 19,9 bilhões sendo que os reajustes tarifários no segmento de distribuição e a expansão da CPFL Renováveis foram os destaques desse período.
O consumo de energia nas distribuidoras do grupo recuou 4% ante o reportado no ano anterior. A demanda ficou em 57,6 mil GWh. Essa redução foi atribuída à queda da produção industrial, ao menor volume de vendas do comércio varejista e à redução de renda nesse período. A queda de demanda foi registrada em todas as classes. No segmento residencial a retração foi de 2%, no comercial a redução ficou em 1%. Já no industrial, o consumo despencou 6,9%, sendo que as vendas de energia no mercado cativo recuaram 3,3% para 41,7 mil GWh e o consumo faturado dos clientes livres pela TUSD caiu 5,8%, para 15,8 mil GWh.
Os investimentos do grupo em 2015 totalizaram R$ 1,428 bilhão, um aumento de 34,5%. A maior parte ficou com o segmento de distribuição com R$ 868 milhões, destinados, entre outros fins, na ampliação, reforço, melhoria e manutenção da rede. O braço de geração ficou com R$ 500,4 milhões, aumento de 88,7%, sendo que R$ 493 milhões destinados em projetos de fontes alternativas de energia por meio da controlada CPFL Renováveis.
Para este ano o grupo pretende aumentar os aportes para R$ 2,813 bilhões, quase o dobro de 2015. Em geração, a meta é de realizar investimentos de R$ 1,516 bilhão, com foco em eólicas e PCH. Uma parcela de R$ 1,178 bilhão em distribuição e R$ 119 milhões em comercialização e serviços.
Somente no quarto trimestre de 2015 o lucro líquido gerencial da CPFL Energia ficou em R$ 255 milhões, queda de 10%. Esse desempenho foi atribuído pelo segmento de distribuição em decorrência da queda do mercado de consumo e aumento de despesas com energia. O ebitda gerencial nesse mesmo período ficou em R$ 844 milhões, recuo de 7,7%. A receita líquida gerencial aumentou 0,3%, para R$ 4,4 bilhões. No padrão contábil IFRS o resultado líquido no trimestre ficou 22,8% menor, com R$ 363 milhões de ganhos.