Pesquisadores vão elaborar um diagnóstico da dívida social do Estado brasileiro com a população atingida pela construção da barragem da hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia. O estudo sobre os impactos sociais, territoriais, culturais e econômicos da usina da Chesf, 37 anos após sua entrada em operação comercial, é resultante de parceria entre o Ministério da Integração Nacional e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O levantamento vai custar R$ 982,1 mil, segundo o ministério, e terá a participação de profissionais de Universidade de Brasília.
Sobradinho será o primeiro empreendimento a ter seus impactos socioeconômicos medidos ao longo do tempo, com o objetivo de subsidiar o desenvolvimento de ações e políticas públicas voltadas para os atingidos por barragens. O ministério informou que pesquisas semelhantes serão realizadas em outras hidrelétricas no país. “O modelo da pesquisa é mais que uma ‘auditoria social’ e trata prioritariamente do coletivo, além de apresentar caráter adaptável às diferentes realidades, pois considera barragens em distintas regiões do Brasil, com tamanhos e finalidades diversas, sendo capaz de gerar indicadores e resultados padronizados”, informou o ministério, em resposta à Agência CanalEnergia.
No início do mês, dirigentes e técnicos do Ipea receberam representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens para estabelecer o cronograma de trabalho. O diagnóstico dos impactos das barragens é resultante de um acordo feito em 2012 com o MAB pela Secretaria Geral da Presidência da República. Com 1.050 MW de potência instalada, a hidrelétrica da Chesf entrou em operação comercial em novembro de 1979. Sobradinho está localizada no rio São Francisco e tem um reservatório 4.214 km².