A sobrecontratação das distribuidoras poderá ajudar a indústria a ter energia a preços mais competitivos. Na manhã desta quarta-feira, 16 de março, representantes das associações que integram o Programa Energia Competitiva (PEC) se reuniram com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para discutir sobre os altos preços da energia para a indústria. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, Paulo Pedrosa, que esteve presente na reunião, o ministro reconheceu que, nesse momento de sobra de energia, há condições de enfrentar o problema de forma estrutural.
"Agora está muito mais fácil discutir a questão da energia", disse o executivo à Agência CanalEnergia. Ele comenta que a reunião abriu uma perspectiva de agenda positiva para a indústria, com relação ao preço da energia. "Pode ser que tenhamos encerrado um ciclo de agendas negativas", declarou. Pedrosa disse ainda que o ministro já enxerga algumas alternativas que podem tornar a indústria mais competitiva. No entanto, qualquer solução teria que ser debatida também com os geradores e as distribuidoras.
"Além disso, o ministro deixou claro que qualquer solução teria que evitar qualquer aumento da tarifa", acrescentou Pedrosa. O PEC é composto pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), Associação dos Produtores de Ferroligas e de Silício Metálico (Abrafe), Instituto Aço Brasil, além da Abrace.
As associações representam indústrias energointensivas que são responsáveis, em média, por 3,2 milhões de empregos e uma produção anual estimada em R$ 1,45 trilhão. Além disso, embora os grandes consumidores de energia representem menos de um terço do número de indústrias do país (27%), eles respondem por 49% dos valor adicionado do PIB.