Um levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) apontou que as emissões de CO2 relacionados à energia ficaram estáveis pelo segundo ano em seguida. Os dados são preliminares mas apontam que o volume despejado na atmosfera por esta que é a segunda maior fonte de gases de efeito estufa provocada pelo homem está no mesmo nível que o relatado em 2013, ou cerca de 32,1 bilhões de toneladas.

Essa estabilidade foi relacionada ao avanço das tecnologias para a geração de energia limpa, que representaram cerca de 90% do incremento de capacidade no mundo. Somente a eólica, relatou a IEA, foi a responsável por mais da metade dessa nova expansão. Ao mesmo tempo, a economia média mundial cresceu 3% o que enfraquece o paradigma de que o crescimento econômico e das emissões de gases de efeito estufa estão associadas.
No histórico de 40 anos em que a agência informa dados de emissões de CO2, houve apenas quatro períodos de estabilidade ou queda de emissões na comparação com anos anteriores. Mas em três oportunidades, no início dos anos 80, 1992 e 2009 estão associados à atividade econômica retraída.
Uma importante parcela de contribuição foi dada pelos dois maiores emissores mundiais, os Estados Unidos e a China. Ambos reportaram queda, no caso do primeiro ficou em 2% e no segundo, 1,5%. Em comum está a redução do uso do carvão na atividade de geração. Os chineses, destacou a IEA, têm buscado uma indústria menos intensiva no uso de energia e o governo local está com esforços para descarbonizar a sua matriz elétrica. Tanto que em 2015, o uso do carvão para a produção de energia caiu 10 pontos porcentuais ante o que se reportou em 2011, mesmo assim ainda representa 70% de toda a energia do país. Ao mesmo tempo fontes de baixo carbono aumentaram sua participação de 19% para 28% com mais hidreletricidade e eólicas.
“Os novos dados confirmam esta notícia que é surpreendente e bem vinda. Foram dois anos consecutivos de emissões de gases de efeito estufa, desconectados do crescimento econômico”, comentou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, que acrescentou ainda em comunicado que esse resultado, após o acordo da COP21 de Paris representa um impulso na luta contra as mudanças climáticas.