Após cinco anos de trabalho, a EDF Norte Fluminense concluiu um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento inédito no Brasil, segundo a empresa. Trata-se de um simulador full scope, que reproduz fielmente o ciclo completo de operação de uma usina termelétrica. O "Simulador Dinâmico de Usinas Termelétricas de Ciclo Combinado" contou com a colaboração da empresa GT2 Energia e já está sendo utilizado nas instalações da usina a gás natural da EDF, em Macaé (RJ), para o treinamento de operadores. A plataforma computacional foi desenvolvida com recursos da EDF Norte Fluminense no âmbito do programa de P&D da Aneel e recebeu investimento de R$ 9,5 milhões.
Segundo a companhia, o termo "full scope" designa o simulador capaz de representar o comportamento de todos os equipamentos utilizados no processo de geração termelétrica, desde a entrada do gás, até os transformadores da subestação, incluindo grandes equipamentos, tais como turbinas a gás, caldeiras de recuperação de calor, turbinas a vapor e condensador, além de componentes de menor porte, como válvulas e pequenas bombas, excetuando-se apenas o processo de tratamento de água. Além de indicar as condições operativas da usina em uma determinada condição ambiental e operacional, essa ferramenta é capaz de reproduzir os fenômenos transitórios pelos quais passam os equipamentos durante manobras para alteração de carga, partida e parada, auxiliando na identificação dos agentes causadores de falhas e na formulação de procedimentos de manutenção que venham a minimizar o tempo de parada de uma usina.
Além de atender à EDF Norte Fluminense, o simulador pode ser utilizado no treinamento de operadores de usinas similares à EDF Norte Fluminense. A plataforma poderá ser utilizada para o desenvolvimento de outros simuladores, para usinas de ciclo combinado ou ciclo aberto, de qualquer fabricante, e para análise de fenômenos associados a esse tipo de usina, aumentando a confiabilidade operacional na geração de energia, pois as manobras poderão ser executadas virtualmente antes de serem aplicadas em campo. O programa foi apresentado à Aneel, em reunião que contou com a presença de membros da superintendência de P&D da agência e de outras superintendências do órgão. Segundo a EDF, a receptividade da agência foi muito boa, dado o potencial de aplicação para o setor elétrico brasileiro.