Com a micro e minigeração em alta, principalmente devido às altas tarifas de energia e às novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica, que ampliaram as oportunidades para o consumidor gerar sua própria energia, a SolarGrid espera aumentar seu faturamento em 500%. Com apenas um ano de mercado – a empresa iniciou as atividades em fevereiro de 2015 com um investimento inicial de R$ 20 milhões – a meta é que o faturamento chegue a R$ 25 milhões em 2016, ante R$ 5 milhões alcançados no ano passado.

Diogo Zaverucha, diretor da SolarGrid, concorda que a meta de crescimento é agressiva, mas afirma que esse mercado está em franca expansão. "Por isso a gente espera crescer bastante em faturamento", declarou o executivo à Agência CanalEnergia. O modelo de negócios da empresa é baseado em franquias espalhadas pelo país que vendem e instalam sistemas fotovoltaicos. Ele conta que são as próprias franquias que fazem sua captação de clientes, utilizando suas redes de contato local, e ações regionais.

"Elas recebem todo o treinamento para fazer isso, do ponto de vista comercial, assim como recebem também o treinamento para realizar as instalações, do ponto de vista operacional", comenta. O serviço da companhia também inclui o projeto de instalação, o processo de homologação junto à concessionária de energia elétrica da cidade, a manutenção e o financiamento do equipamento. A companhia ainda disponibiliza uma aplicativo para smartphone, que permite o acompanhamento em tempo real da quantidade de energia que está sendo produzida no local e a economia alcançada.

A SolarGrid conta com uma tecnologia pioneira para avaliar o potencial solar de consumidores pessoa física e jurídica, sem a necessidade de uma reunião presencial. Por meio de imagens de satélites e algoritmos, a empresa consegue dimensionar a estrutura a ser instalada na residência ou no estabelecimento comercial, tendo como base a área disponível no telhado. Segundo a empresa, todo o processo de montagem dos painéis no telhado é rápido e leva, no máximo, dois dias.

Na sede da empresa, no Rio de Janeiro, ainda são realizadas experiências de forma a melhorar a qualidade do serviço. "A gente usa a nossa sede como um grande laboratório para a gente inventar, testar e validar novas maneiras ou métodos mais eficientes de instalação. Tudo o que dá certo a gente passa para as franquias", disse. Além do Rio de Janeiro, a empresa está localizada em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul e Tocantins e já conta com 30 franqueados. A meta é atingir 100 franqueados em 2016.

Como a micro e minigeração ainda é pouco conhecida pela maioria das pessoas e, consequentemente, dos potenciais clientes, a empresa vem adotando estratégias para aproximar a população dessa nova tecnologia. Para isso, conta Zaverucha, a empresa abandonou o escritório convencional e se mudou para uma casa na Gávea, bairro nobre do Rio de Janeiro, com a ideia de transformar o local em um hub de conhecimento voltado para a sustentabilidade. "A gente tem um sistema gerando energia aqui através das placas fotovoltaicas, então é uma maneira de aproximar o público do negócio", afirmou.

Outra iniciativa da companhia recebeu o nome de SolarTruck. O mini trailer é equipado com aparelhos eletrônicos e simula um cômodo residencial. O veículo movido a energia solar, com painéis fotovoltaicos em sua superfície, já está em circulação por algumas cidades do país. "A gente roda com ele por condomínios, escolas, shoppings e outros tipos de estabelecimento. Assim, a gente leva para próximo do nosso público de fato como é que funciona a tecnologia e o público começa a vivenciar o que é a energia solar", disse.

Para uma residência no Rio de Janeiro, por exemplo, que consome, em média, R$ 500 por mês de energia elétrica, a solução necessária para zerar a conta de luz, calcula Zaverucha, é instalar um sistema de 6 kWp, composto por 24 placas fotovoltaicas e um inversor, que custa aproximadamente R$ 45 mil para pagamento à vista. O payback, segundo ele, ocorre de cinco a sete anos. "O payback depende do tamanho do projeto, da potência do projeto e da irradiação do local", aponta. Ele lembra que o sistema vem com garantia de 25 anos do fabricante, mas que o tempo de vida esperado é muito maior. "Existem placas mais antigas funcionando a 30, 35 anos", conta.