A Eletronuclear está realizando uma manutenção preventiva no sistema de transferência de combustível de Angra 1 com a usina em pleno funcionamento. Para tanto, os profissionais precisam mergulhar em águas radioativas de uma piscina repleta de combustível nuclear usado. A empresa contratada, Underwater, trabalha com mão de obra especializada para executar esse serviço.
A piscina de combustível usado (PCU) de Angra 1 fica em um edifício anexo ao prédio do reator e há uma passagem submersa que faz a ligação da PCU com a cavidade do reator. Dentro do canal, fica o sistema de transferência responsável por transportar os elementos combustíveis novos ou usados de um edifício para o outro. Esse sistema está passando, agora, por uma revisão geral que ocorre a cada cinco anos.
“Como todos os equipamentos ficam submersos em água contaminada radiologicamente é necessária a participação dos mergulhadores para remoção e a reinstalação desse material. Em seguida, os equipamentos são descontaminados e revisados em bancada”, explica Luciano Calixto, superintendente adjunto de Manutenção da Eletronuclear.
Para minimizar as taxas de dose, seguindo a metodologia ALARA (sigla em inglês para: tão baixo quanto razoavelmente exequível), a equipe da proteção radiológica realiza um mapeamento de toda área e do canal de transferência, antes de iniciar qualquer atividade. Caso sejam encontrados pontos “quentes”, esses são removidos por um equipamento próprio usado na limpeza do fundo do canal.
“O mergulhador tem de estar apto para realizar suas tarefas com o menor tempo de exposição possível. Durante o mergulho, por rádio, ele recebe todas as informações sobre taxas de doses e valores absorvidos até o momento e caso algum novo “ponto quente” seja identificado, o trabalho é interrompido imediatamente”, diz Calixto.
Na bancada, após a descontaminação, o corpo técnico da Eletronuclear inspeciona cada item e, caso esteja fora das tolerâncias aplicadas ao componente, este é substituído. A revisão do sistema de transferência tem uma duração prevista de duas semanas e visa garantir a operação segura nos próximos ciclos da usina.