O ano de 2016 para a BBCE deverá ser melhor do que em 2015. Mesmo com a retração do consumo a perspectiva é de que a plataforma mantenha uma média de negociação entre 350 a 400 MW médios mensais, um aumento de pelo menos 16% ante o verificado em 2015, que ficou em 301,5 MW médios.
O presidente da BBCE, Victor Kodja, explica que essa estimativa tem relação com a perspectiva de que esse ano o setor elétrico não deverá ter uma grande perturbação, como a vista no ano passado. Em 2015, lembrou, foram cinco meses em que o setor viveu tensões que afetaram o desempenho. No início foi o PLD que ficou no teto e influenciou os preços no mercado livre. Já no segundo semestre foram as paralisações do mercado por conta da suspensão da liquidação financeira do MCP em decorrência das ações judiciais acerca do GSF.
“A migração de consumidores especiais do ACR para o mercado livre deverá compensar a queda do consumo projetada para este ano, por isso que mantemos a perspectiva de crescimento no volume de operações”, comentou Kodja à Agência CanalEnergia.
Essa expectativa toma como base os números dos dois primeiros meses desse ano que já somam uma média de 617 MW médios negociados, sendo que a maior parte foi vista em janeiro, com 473 MW médios. Esse desempenho no primeiro mês do ano é encarado como um movimento corriqueiro para esse período, pois é quando muitas empresas normalmente contratam para alguns meses. Somente nos cinco primeiros dias úteis de março a BBCE já registrou cerca 87 MW médios, o que reforça a perspectiva de um ano melhor.
Aliás, comentou Kodja, se todos os meses de 2015 tivessem apresentado o mesmo desempenho daqueles em que não houve uma perturbação nas condições normais de mercado, o resultado de volume de energia negociada teria sido 30% maior do que os 3.618 MW médios. O executivo acredita que poderia ter ficado entre 4.500 MW médios e 4.800 MW médios.
“Esses são os planos para 2016, repetir ou ampliar os volumes negociados na plataforma. Para isso este ano teremos dois novos produtos, um é o derivativo financeiro que deverá ser lançado em abril, já estamos no desenvolvimento da tecnologia para começara negociação e um segundo produto que entrará no mercado por volta do mês de julho”, disse Kodja sem revelar qual será o produto por conta de um período de confidencialidade. Além disso a plataforma poderá ter o aumento no número de sócios, que deverá passar dos atuais 19 para 20. Atualmente são 16 comercializadoras e três empresas que atuam no setor. Essa nova empresa que está em negociação é uma comercializadora.
A BBCE divulgou que no ano passado foram negociados contratos equivalentes a R$ 700 milhões. A empresa registrou 17.240 ofertas de produtos e 2.045 contratos. A taxa de conversão foi recorde para a plataforma, com 12% ante uma média histórica de cerca de 9%. Kodja atribui esse crescimento do indicador lançamento de novos produtos. Destacou que em 2015 houve uma média de nove produtos sendo negociados ao longo do ano sendo que no pico eram ofertados 16 tipos de contratos ao mesmo tempo.
Para efeitos de comparação, em 2012 e 2013 a média era de quatro produtos negociados. Segundo o executivo, ao passo em que se aumenta a oferta os negócios também crescem. E nesse sentido, com o avanço da migração, a perspectiva é de que os contratos que envolvem energia incentivada deverá, pelo menos, manter o patamar de 8,5% do ano de 2015, um aumento expressivo quando comparado com o 1,5% de 2014.