A solução para os ativos da Abengoa deveria sair ainda no primeiro semestre do ano para evitar maiores atrasos nos projetos de transmissão, na opinião do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim. Ele diz que a questão da transmissão preocupa, não só pela desistência de investidores estrangeiros, mas também devido aos constantes atrasos nas obras.

"A gente está trabalhando para que as linhas que foram vendidas encontrem interessados, para tornar os novos leilões mais atraentes para os investidores e fazer um esforço justamente para reduzir os atrasos", afirmou o executivo. De acordo com ele, em alguns casos os atrasos são culpa dos investidores, mas em outros, são problemas para conseguir licenças, passar por propriedades, entre outros desafios.

"A gente tem um grupo de trabalho, que envolve o MME, a EPE, o ONS e a Aneel que está trabalhando justamente em cima disso", conta. Ele acredita que os ativos da Abengoa devem ser adquiridos por alguma empresa privada, mas diz que as negociações acontecem entre a empresa e os interessados. "A gente acompanha porque é importante para o governo que se tenha uma solução rápida", diz.

Tolmasquim conta que está sendo feito um balanço das consequências do atraso, mas que, no caso do escoamento da energia de Belo Monte, existem outros meios de escoar grande parte da produção. "Eventualmente, num cenário mais extremo, pode-se ter alguma restrição", apontou o executivo que participou de evento sobre o Acordo de Paris nesta sexta-feira, 4 de março, no Rio de Janeiro.