A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou na última quinta-feira, 3 de março, o rating nacional de longo prazo ‘AA(bra)’ da primeira emissão de debêntures da Centrais Elétricas de Pernambuco (Epesa), proprietária das termelétricas Termomanaus (143 MW) e Pau Ferro I (94 MW), ambas localizadas no município de Igarassu, em Pernambuco. A perspectiva foi revisada de positiva para estável.
Segundo a Fitch, sua opinião é baseada no risco dos contratos de comercialização firmados pelas usinas no ambiente regulado. A agência informa que os projetos apresentaram bom desempenho operacional, com elevados e estáveis índices de disponibilidade de equipamentos durante os despachos ao longo de 2015.
Após os eventos de indisponibilidade enfrentados em 2011 e 2012, a eficiência operacional da companhia aumentou ao longo dos anos. A Epesa obteve índices de disponibilidade líquidos próximos a 99,3% em 2015, acima das expectativas da Fitch, devido aos processos operacionais implementados e à formação de uma equipe própria de O&M. A metade de todos os motores das usinas foi trocada em 2015, após a terceira grande manutenção. A expectativa, portanto, é de elevados índices de disponibilidade.
O risco de fornecimento do óleo diesel é baixo, pois o combustível é fornecido pela Petrobras Distribuidora, por meio de contrato de longo prazo. O mecanismo de reajuste do preço do diesel se assemelha ao da receita variável, o que mitiga qualquer exposição de preços. O contrato de fornecimento inclui provisões de indenização que cobrem inteiramente quaisquer penalidades associadas a falhas na geração devido à falta de combustível.
A Epesa beneficia-se de contratos de venda de energia por PPAs de 15 anos, firmados com um grupo de 30 distribuidoras de energia, sem exposição comercial. Os índices de cobertura do serviço da dívida são elevados, mesmo quando não há despacho das usinas. A alta receita marginal e o contrato de fornecimento de diesel elevam o fluxo de caixa operacional de forma significativa quando as usinas estão despachando. Os investimentos de reposição de equipamentos são baixos, devido à sua natureza. No cenário-base da Fitch, que considera despachos de 25% e 12,5% ao longo dos próximos dois anos.
Ao longo de 2015, as UTEs foram despachadas pelo equivalente a 4,5 meses, ou 3.390 horas. O despacho beneficiou o projeto, proporcionando Ebitda anual de R$ 233,7 milhões e geração de caixa ajustada para o serviço da dívida de R$ 270,2 milhões. O Os índices de cobertura do serviço da dívida equivalente, baseado na metodologia da Fitch, foi de 9,10 vezes. O índice dívida líquida/EBITDA, em 31 de dezembro de 2015, foi de aproximadamente 0,20 vez. A disponibilidade média total das UTEs até o ponto de conexão atingiu aproximadamente 99,35%.