O avanço da micro e minigeração distribuída sobre o cenário de demanda pressionada para as distribuidoras não deverá impactar de forma expressiva o mercado. A opinião do diretor presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, é de que no atual momento o volume não deverá ser expressivo e com isso não vê ameaça à demanda das empresas que controla no curto prazo. Contudo, diz que no futuro o crescimento mais expressivo da utilização desses sistemas deverá levar à necessidade de uma alteração no modelo regulatório para o segmento no país.

Inclusive, a EDP Brasil busca por meio desse segmento de negócio complementar sua fonte de receitas nesse momento. Setas disse que a compra da APS em 2015 levará a companhia a ter um resultado mais favorável em serviços, tanto que no ano passado um terço do lucro líquido da empresa veio daí. Ele destacou que esse fator é importante ao passo que cada vez mais o negócio energia apresenta margens menores.
“Estamos desenvolvendo o segmento de serviços e apostando muito. Nossa perspectiva é de que este seja um negócio complementar aos principais”, comentou ele em coletiva sobre os resultados da companhia em 2015. O executivo afirmou ainda que no atual momento regulatório dá a devida base ao desenvolvimento da micro e mini geração no país e ajuda no gerenciamento de risco em distribuição. “É acomodável no quadro atual, mas no futuro quando o volume no varejo estiver maior, deveremos rever essa regulação”, acrescentou.
No geral, Setas reafirmou que o foco da empresa não mudou, é o de atuar com presença mais marcante nas fontes hídrica e térmica, nesta, com preferência pelo gás natural por ser menos agressiva ao meio ambiente.
Ele destacou que a EDP deverá ver a redução da participação da fonte térmica em seu portfólio para menos de 25% até 2020. A capacidade contratada atual e que ainda não está em operação comercial, que são a UHE Cachoeira Caldeirão e a UHE São Manoel reduzirão a participação do portfólio térmico em termos globais da empresa que hoje está em 27%.