A EDP Brasil está com 50% de sua garantia física livre de risco. Esse foi o volume que a empresa colocou na adesão à repactuação do risco hidrológico, proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica para mitigar os impactos do GSF. Com isso, a empresa teve um impacto positivo em seu resultado de R$ 41 milhões no ano de 2015. Essa parcela da energia refere-se apenas aos contratos no mercado regulado. A geradora optou pela não adesão no ambiente livre de contratação, para isso manterá uma parcela de sua garantia física descontratada para atuar como hedge natural.

Segundo especificou o diretor presidente da EDP, Miguel Setas, a companhia está com algo entre 6% e 7% de sua garantia física descontratada. A empresa tem atualmente 2,7 GW em capacidade instalada e 1,8 GW médio de garantia física e com a perspectiva de entrada em operação de mais duas UHEs em construção, a de Cachoeira Caldeirão e São Manoel, descontando a Pantanal Energética, a EDP deverá chegar em 2018 com 3 GW em capacidade instalada e 2 GW médios de energia assegurada.
Essa decisão de aderir apenas no ACR, comentou Setas durante entrevista coletiva, é o resultado de uma análise individual por usina diante de sua situação. “Hoje estamos com a nossa energia protegida”, resumiu. Uma das formas que poderá ainda melhorar o desempenho da empresa no ano de 2016 é a iminente entrada em operação antecipada de Cachoeira Caldeirão, que estava em dezembro de 2015 com 95% das obas concluídas e cujos contratos começam a vigorar apenas em janeiro de 2017. Ou seja, a energia poderia ser utilizada como forma de hedge adicional para a empresa ou poderá ser comercializada ao longo deste ano enquanto os PPAs de longo prazo não entram em vigor.
Assim como a Tractebel revelou, a EDP também retirou a sua ação na Justiça que a protegia contra a cobrança do GSF, premissa para a aceitação da medida pelo governo federal.