O Brasil inicia nesta sexta-feira, 4 de março, na hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, o primeiro projeto de exploração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas com uso de flutuadores. No dia 11 de março será lançado o protótipo similar na hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia. A cerimônia de lançamento do projeto contará com a presença do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e de dirigentes do setor elétrico e das empresas envolvidas, além de pesquisadores responsáveis pelo estudo.
 
No lançamento, será apresentado protótipo com cerca de 60 metros quadrados de área, em funcionamento, permitindo a visualização do sistema. Nas semanas seguintes serão aprofundados os estudos da área dos lagos para a ampliação dos sistemas, que na primeira fase terão capacidade de 1 MWp, com área equivalente a cinco campos de futebol, e posteriormente serão ampliados para 5 MWp.
 
Os projetos serão realizados com recursos de P&D pelas empresas, com previsão de investimentos de quase R$ 100 milhões (R$ 49,9 milhões da Eletronorte e R$ 49,9 milhões da Chesf), em ações previstas até janeiro de 2019, para gerar 10 MWp de energia elétrica. A escolha das duas usinas deve-se ao fato de estarem em áreas de regimes climáticos diferentes, o que permitirá acompanhar o desempenho dos sistemas nas diversas condições de tempo.
 
Este será o primeiro estudo sobre usina solar flutuante instalado no lago de hidrelétricas no mundo, permitindo aproveitar as subestações e as linhas de transmissão das hidrelétricas e a área sobre a lâmina d’água dos reservatórios, evitando desapropriação de terras. Projetos similares já foram iniciados em outros países, mas em reservatórios comuns de água, não em hidrelétricas.
 
A entrega das plantas piloto em Balbina e Sobradinho está prevista para agosto de 2016, com geração de 1 MWp em cada unidade. Em outubro de 2017, a potência será ampliada para 5MWp em cada usina. O encerramento do projeto e apresentação dos resultados está prevista para janeiro de 2019.
 
A pesquisa analisará o grau de eficiência da interação de uma usina solar em conjunto com a operação de uma hidrelétrica, focando em fatores como a radiação solar incidente no local; produção e transporte de energia; instalação e fixação no fundo dos reservatórios; a complementariedade da energia gerada; e o escoamento desta energia. Os resultados dos projetos permitirão avaliar a eficácia da produção média de energia solar nesses locais.
 
As entidades que participarão do projeto são Sunlution, WEG, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (FADE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação de Apoio Rio Solimões (UNISOL) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM).