A EDP Brasil deverá se focar nas atuais obras que estão em andamento e no reforço dos investimentos nas atuais concessões de distribuição da companhia. Apesar de ganhar um fôlego com o término dos investimentos na UHE Santo Antônio do Jari e a proximidade da conclusão da UHE Cachoeira Caldeirão, a empresa reafirmou que falar em novas aquisições nesse momento é mera especulação.
“Temos muitas restruturações no setor. Eu diria que nosso foco hoje é a execução dos compromissos já assumidos com Cachoeira Caldeirão, São Manoel e nas distribuidoras. Portanto, nossa prioridade está nesses ativos. Obviamente, como gestão da empresa é necessário avaliar as oportunidades no mercado e estamos atentos ao cenário, mas qualquer interesse declarado é especulação, nada mais”, declarou o diretor presidente da EDP Brasil, Miguel Setas.
Inclusive, com esse posicionamento, Setas também descartou a participação da empresa nos próximos leilões de energia nova. O cenário de demanda em queda ao mesmo tempo em que começam a entrar em operação novos projetos, é de uma sobreoferta de energia, o que deverá reduzir o apetite das distribuidoras nos leilões de energia nova promovidos pela Aneel.
De acordo com o executivo, em coletiva sobre os resultados da companhia, no momento os investimentos da empresa estão centrados na conclusão e início de operação de Cachoeira Caldeirão, que estava com 95% de avanço; em São Manoel, que fechou 2015 com 37% das obras concluídas; e reforços nas duas distribuidoras para combate a perdas e inadimplência para mitigar os efeitos da redução da demanda nesse segmento de negócio. A empresa é controladora da Escelsa no Espírito Santo e da Bandeirante na região da Grande São Paulo e Vale do Paraíba.
No ano de 2016 a empresa tem como plano investir cerca de R$ 1 bilhão, sendo que a geração será responsável por 60% desse orçamento e a distribuição por 40%. Outra fonte de combate a queda de receita é o já tradicional controle de custos da EDP que instituiu o programa orçamento base zero e que identificou 110 ações para combate aos custos. No ano passado a EDP destacou a obtenção do aumento de custos abaixo da inflação oficial de 10,67%.