O consumo de eletricidade caiu 5,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, totalizando 38.214 GWh. Nos últimos doze meses a queda foi de 2,7%. O resultado foi influenciado pela queda acentuada do consumo da classe industrial, que apresentou retração de 9,3%, somando 12.546 GWh.
Apesar de ter sido um dos poucos a sustentar avanços no ano passado, o ramo de extração de minerais metálicos vem exibindo quedas desde novembro, atingindo -20,3% em janeiro, o pior desempenho entre os dez segmentos consumidores de energia elétrica. O resultado, segundo a EPE, pode ser atribuído ao desastre ambiental de Mariana (MG) ocorrido em novembro, aos baixos preços dos minérios no mercado internacional e à menor atividade dos setores que utilizam o minério como matéria-prima.
O consumo residencial também apresentou redução de 5,4% em relação a igual mês do ano passado. No mês de janeiro, as residências consumiram 11.821 GWh. Há um ano, esse consumo registrava crescimento de 6%, seguindo a tendência dos anos anteriores – 2013 e 2014 -, quando o aumento médio foi de 6%. No decorrer de 2015, no entanto, explica a EPE, a deterioração do cenário econômico atrelada ao aumento das tarifas de energia elétrica ocasionaram a desaceleração do consumo. Outro fator que contribuiu para o consumo em menor nível neste início de ano foi a temperatura, que ocorreu mais branda em importantes mercados na comparação com janeiro de 2015.
Apenas na região Norte houve crescimento em janeiro, sendo as maiores taxas registradas no Pará (7,2%) e no Acre (10,8%). A maior parte da queda no consumo do país foi observado nas regiões Sudeste (-9,1%) e no Sul (-5,4%), sendo mais intensa no interior de São Paulo (-11,9%). Nos demais estados das duas regiões, a retração ficou entre 4,5% e 5%. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, o consumo ficou praticamente no mesmo patamar do ano passado, com variações de -0,2% e -0,4%, respectivamente.
Os estabelecimentos de comércio e de serviços consumiram 7.756 GWh em janeiro, correspondendo a uma queda de 3,7%, sendo esse o pior resultado na série de taxas mensais desde 2005. Refletindo o cenário econômico desfavorável, o setor vem apresentando atividade fraca e expansão em menor ritmo. No Sul e Sudeste observaram-se resultados negativos em todos os estados, apresentando ambas as regiões a queda mais expressiva no mês, de 5,1%, seguida pelo Centro-Oeste, com baixa de 1,2%. No Nordeste houve crescimento de 0,4% no consumo da classe comercial e no Norte, de 2,3%.