A Agência Nacional de Energia Elétrica recebeu nove pedidos de requerimento de outorga para parques eólicos na costa marítima do estado do Ceará. Cada projeto está previsto para ter 30 MW, somando 270 MW de potência instalada. Em alguns países da Europa, por exemplo, as eólicas offshore já são uma realidade, porém não há registros desse tipo de empreendimento no Brasil.
 
Segundo Marcello Storrer, presidente da empresa Asa Branca, responsável pelos pedidos de outorga, o próximo passo será interagir com a Empresa de Pesquisa Energética para buscar informações de acesso ao sistema de transmissão e licenciamento ambiental. Ele revelou que pretende viabilizar os projetos por volta de 2019 e 2020 comercializando energia no mercado regulado e livre. "Mas há possibilidade de antecipar esse prazo", disse o empresário em entrevista à Agência CanalEnergia nesta terça-feira, 1º de março.
 
No momento, Storrer negocia parcerias com outros investidores interessados no projeto pioneiro no Brasil. Ele não revelou quem são os possíveis futuros parceiros. Os nove pedidos de outorga são: Marítimo Patos 1, Marítimo Sabiaguaba 1, Marítimo Sabiaguaba 2, Marítimo Moitas 1, Marítimo Moitas 2, Marítimo Icaraizinho 1, Marítimo Icaraizinho 2, Marítimo Caetanos 1, Marítimo Caetanos 2.
 
Em 2012, a consultoria especializada em energia eólica Proventos estimou o potencial offshore da costa brasileira em 340 GW, sendo 130 GW no Nordeste e 210 GW no Sul, com fator de capacidade de 45%. As eólicas no mar, porém, ainda têm um custo acima dos projetos do continente, pois a instalação, a manutenção dos equipamentos e o sistema de transmissão são mais sofisticados e onerosos.