A Fitch afirmou na última segunda-feira, 29 de fevereiro, o rating nacional de longo prazo ‘AA+(bra)’ da Alupar e de suas emissões de debêntures. A perspectiva do rating corporativo é estável.
 
Segundo a agência de classificação de risco, a afirmação dos ratings considera o baixo risco dos negócios de transmissão e de geração de energia em desenvolvimento pela Alupar. Além dos projetos de transmissão possuir elevada previsibilidade de geração operacional de caixa, as perspectivas de longo prazo para o segmento de geração de energia são positivas, uma vez que a companhia tem cerca de 87% de sua energia assegurada contratada até 2018 e aderiu, por meio de contratos de venda de energia no mercado regulado, à proposta do governo federal para reduzir seu risco hidrológico.
 
"A Alupar tem sido eficiente em ampliar seus negócios em bases sustentáveis ao mesmo tempo em que mantém robusto perfil financeiro consolidado. Os indicadores de crédito consolidados deverão permanecer compatíveis com os do setor, apesar de os investimentos previstos para os próximos anos pressionarem seu fluxo de caixa livre (FCF). A Fitch considera, no entanto, que o volume de dívida na holding está elevado, acima das expectativas iniciais."
 
Segundo a Fitch, os ativos de transmissão da Alupar apresentam geração operacional de caixa previsível, com sólidas margens de Ebitda e receitas atreladas a contratos de longo prazo.  O segmento de transmissão representou aproximadamente 88% do Ebitda consolidado da Alupar nos primeiros nove meses de 2015.
 
No setor de geração, a Alupar possui contratos de longo prazo de compra e venda de energia para 87% dos 333 MW médios de sua garantia física. Estes contratos possuem preços adequados e são ajustados pela inflação. Parte dos 13% descontratados se refere a projetos ainda em desenvolvimento e o restante à energia gerada que será utilizada pela companhia como proteção ao risco hidrológico em 2016.
 
"Os ratings da Alupar refletem a perspectiva de manutenção de perfil financeiro consolidado de longo prazo, caracterizado por moderada alavancagem e estrutura de vencimento da dívida administrável, tanto em bases consolidadas como no âmbito da holding. Atualmente, as amortizações de dívida previstas são gerenciáveis e compatíveis com a expectativa e a previsibilidade da geração operacional de caixa das subsidiárias. No caso da holding, a projeção de recebimento de dividendos pela Alupar deve continuar robusta, embora captações de dívida possam ser necessárias para manter o caixa em patamar mais elevado", analisa a Fitch.
 
Em setembro de 2015, a dívida total consolidada ajustada da Alupar era de R$ 4,9 bilhões, com caixa e aplicações financeiras de R$ 679 milhões. Mantido o portfólio de projetos em operação e em desenvolvimento, a Fitch estima que, em bases consolidadas, a alavancagem líquida permanecerá na faixa de 2,5 vezes a 3,0 vezes até 2018.
 
Investimentos – Na avaliação da Fitch, os relevantes investimentos planejados deverão continuar pressionando o fluxo de caixa livre (FCF) consolidado da Alupar. No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2015, o fluxo de caixa das operações (CFFO), de R$ 770 milhões, foi insuficiente para cobrir os investimentos, de R$ 563 milhões, e os dividendos, de R$ 632 milhões, o que gerou um FCF negativo de R$ 425 milhões. Considerando o atual portfólio, o indicador não deve ficar positivo até 2018.
 
Os reajustes tarifários e a entrada em operação de alguns ativos impulsionaram a receita líquida e o Ebitda da Alupar em bases consolidadas no período de 12 meses encerrado em setembro de 2015, alcançando R$ 1,3 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente, excluindo-se a receita e o custo de construção. Os números são ligeiramente maiores que o R$ 1,2 bilhão de receita líquida e os R$ 1 bilhão de Ebitda registrados em 2014.