Furnas está planejando fazer uma captação de R$ 1,5 bilhão ainda em 2016, de acordo com Celso de Oliveira Santana, superintendente de Estratégia e Sustentabilidade da companhia. Os recursos suportariam o programa de investimentos da empresa que são estimados em R$ 9,2 bilhões até 2020.

Somente neste ano a empresa pretende investir R$ 2,544 bilhões, ante R$ 1,617 bilhão aportados no ano passado. Para os anos seguintes os investimentos seriam de R$ 1,395 bilhão em 2017; R$ 1,8 bilhão em 2018; R$ 2,126 bilhão em 2019; e R$ 1,340 bilhão em 2020.

Santana comentou que Furnas conseguiu reduzir o indicador dívida líquida/ebtida de 8 vezes para 4,5 vezes, o que proporciona melhores condições de captação. "A tendência para 2016 é que a gente tenha o indicador da ordem de 3 vezes, o que nos credencia a financiamentos de mercado a custos mais competitivos", comentou o executivo que está deixando Furnas e indo para a CGTEE.

"Nós consideramos ainda como parte dos recursos necessários para o plano de investimentos a indenização do RBSE", declarou Santana durante a comemoração do aniversário de 59 anos de Furnas, que aconteceu nesta segunda-feira, 29 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

A empresa tem reconhecido R$ 9 bilhões a título de indenização referente aos ativos de transmissão anteriores a 2000. De acordo com o superintendente, o valor atualizado alcança R$ 14 bilhões.

Quanto a um possível movimento de IPO por parte de Furnas, Santana comentou que a empresa iniciou os estudos, mas que a Eletrobras já se manifestou que a iniciativa não faz parte dos planos de negócio da companhia. "A gente começou a fazer uma avaliação interna do que seria necessário, mas não houve um avanço formal. São só estudos internos e muito incipientes ainda. A gente está na fase de fazer análise de documentação interna, estatuto social, regras de governança, necessidades de ajustes na casa, nada ainda de maneira formal", explicou.

Segundo o superintendente, as mudanças de governança seriam importantes para a empresa, mesmo que o IPO não venha a acontecer. "As regras são mais rígidas e importantes para a empresa", analisou.