O momento está bom para a empresa que está capitalizada no setor elétrico e quer ir às compras. Com vários ativos oficialmente à venda e consolidadores tradicionais endividados a perspectiva é de que os preços apresentem tendência de queda nesse ano. Essa é a avaliação do diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Engie Tractebel, Eduardo Sattamini sobre o interesse da companhia sobre o interesse em adquirir ativos de geração que já estão no mercado, como as usinas da Duke e as térmicas da Petrobras e até mesmo as usinas que deverão ser relicitadas nos próximos anos no modelo do leilão ocorrido em novembro de 2015 com as UHEs cuja concessão não foi renovada.

“É a lei da oferta e da demanda, com muitos ativos à venda no mercado e poucos compradores potenciais, já que muitos competidores estão alavancados, tendência é de preços menores”, comentou ele após reunião da empresa com analistas de mercado e investidores, realizada pela Apimec-SP.
Segundo o executivo, o atual momento tende a apresentar boas oportunidades no mercado e a preços mais convidativos. Contudo, ele despistou e não assegurou a presença da companhia nesses processos de aquisição. Comentou que essa decisão depende de uma série de fatores como a avaliação do risco de mercado, qual é o volume de informações que se tem desse ativo e como essas usinas se encaixam no portfólio da companhia e de sua estratégia de longo prazo.
Se dependesse do posicionamento oficial da Engie Tractebel essa possibilidade estaria de uma certa forma mais afastada. Sattamini lembrou que o grupo vem investindo de forma mais incisiva em fontes de geração renováveis e que atendam ao conceito de complementaridade dos ativos já existentes. Inclusive destacou que nesse sentido a empresa, no exterior, tem se desfeito de algumas usinas com alta capacidade de geração de carbono para outras fontes de baixo carbono.
“Ainda não existe um conceito determinado, são estratégias diferentes e ainda não temos o caminho que vamos seguir. Em novos projetos essa estratégia é por fontes complementares. Mas, vamos olhar para os ativos que hídricos e térmicos que estão no mercado, se vão fazer parte da empresa ainda depende de avaliação”, comentou o executivo.
Por este motivo ele não descarta o avanço da Engie Tractebel sobre esses ativos à venda, mas ressaltou que o importante para a companhia será o retorno. E o formato dessa negociação, ainda dependeria muito do custo de capital envolvido. Segundo ele, as operações de financiamento com capital de terceiros estão significativamente mais elevadas do que há um ano. Por isso, se a opção for pela compra, pode-se ver um negócio com troca de ações ou emissão primária ou secundária desses papeis. “Buscamos complementaridade no nosso portfólio, redução de risco e longevidade, são questões importantes para a companhia nesse momento”, destacou.