A Cosan e a japonesa Sumitomo Corporation assinaram nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, a formação de uma joint venture que será a primeira empresa no mundo a produzir e comercializar pellets de biomassa produzidos a partir de palha e bagaço de cana-de-açúcar. As empresas se comprometeram a investir até R$ 70 milhões na nova empresa, denominada Cosan Biomassa, que terá 20% de participação da Sumitomo e 80% da Cosan. O negócio ainda deverá passar pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica e de autoridades reguladoras europeias.
A tecnologia criada pela Cosan usa exclusivamente resíduos de cana-de-açúcar para produzir pellets que podem substituir o carvão mineral, gás natural e óleo combustível na geração de energia elétrica e calor. A Cosan Biomassa já possui uma planta de produção na região de Jaú, no interior de São Paulo, com capacidade instalada de 175 mil toneladas de pellets por ano. O plano é expandir a produção para 2 milhões de toneladas até 2025 e para 8 milhões de toneladas no futuro, confirmadas as expectativas de retorno e a demanda potencial para este produto.
"O Japão deve importar entre dez e vinte milhões de toneladas de biomassa peletizada até 2030. Acreditamos que uma parcela relevante desta demanda será atendida pela biomassa de cana-de-açúcar disponível no Brasil. A produtividade da cana no Brasil e o fato de utilizarmos um resíduo como matéria-prima criam um diferencial de sustentabilidade único no mundo", afirma Yoshi Kusano, gerente geral de Biomassa da Sumitomo Corporation.
O CEO da Cosan Biomassa, Mark Lyra, afirma que o pellet de biomassa é uma nova commodity que está nascendo para atender a economia de baixo carbono. "Com o aproveitamento dos resíduos agrícolas da cana-de-açúcar e a crescente preocupação com a mudança climática no mundo, o Brasil está posicionado para se tornar a Arábia Saudita da energia sustentável", comentou. A perspectiva da companhia é de fazer o primeiro embarque de pellets para uma grande geradora de energia europeia ainda neste ano.
Os principais mercados-alvo da Cosan Biomassa são Europa, Japão e Coreia do Sul que ainda hoje têm 30% de sua energia proveniente do carvão mineral. No Brasil, onde o gás e o óleo têm custo alto, a biomassa é uma alternativa bastante competitiva e grandes indústrias já demonstraram interesse.