A Celpa (PA) está adotando uma tecnologia inédita no estado para iniciar a segunda etapa da interligação da Ilha do Marajó ao Sistema Interligado Nacional. Estão sendo implantados dois circuitos de cabos subaquáticos para conectar a subestação de Vila do Conde, em Barcarena, a subestação de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó. Com um comprimento de aproximadamente 17 quilômetros em cada circuito, os cabos totalmente isolados e protegidos serão responsáveis por levar energia a municípios como Ponta de Pedras, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná.
 
Esta obra faz parte de um projeto que contempla a substituição das fontes de geração de energia elétrica que atendem os municípios citados. As usinas térmicas que suprem essas cidades serão gradativamente desativadas com a entrada em operação dos cabos subaquáticos e das demais obras, que envolvem novas subestações e linhas de transmissão. Assim, a geração térmica dará lugar a uma fonte de geração hídrica, pois a obra levará energia elétrica proveniente do Sistema interligado Nacional a essas localidades e beneficiará, diretamente, cerca de 450 mil pessoas residentes no arquipélago. 
 
Para o presidente da Celpa, Nonato Castro, essa interligação é um grande avanço para o estado do Pará. Segundo ele, toda essa tecnologia proporcionará um fornecimento de energia mais seguro e de qualidade para essas cidades do Marajó. Ele acredita que a ação de melhoria ainda pode impulsionar a geração de emprego e renda na região, uma vez que a energia segura favorece a chegada de grandes empresas.
 
A parte inicial da obra de interligação tem um investimento de aproximadamente R$ 60 milhões, compreendendo a ampliação e construção de subestações e a construção de 36 quilômetros de redes, sendo aproximadamente 17 quilômetros subaquáticas. Essa interligação via rio faz parte de um projeto maior no Marajó, que prevê um investimento de cerca de R$ 278 milhões, com a construção de mais oito novas subestações e 794 quilômetros de rede. A primeira etapa do projeto, conhecida como Marajó I, concluída em 2013, recebeu investimento na ordem de R$ 179,5 milhões, aplicados na ampliação de duas e construção de seis novas subestações, além da construção de 685 quilômetros de rede. Essa primeira fase atendeu aos municípios de Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Baião e Bagre.