A Tractebel está de olho na movimentação das empresas que planejam vender ativos no país. De acordo com Eduardo Sattamini, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, esses ativos sempre passam pela avaliação da empresa, o que não significa que será feita uma oferta de compra. "Tem atividade grande de M&A [Mergers & Acquisitions], tem várias empresas manifestando interesse em vender ativos e a gente participa, olha, mas tudo depende muito da condição que a gente consiga ofertar e também do timing de acontecimento das coisas", revelou o executivo ao ser questionado sobre o interesse nos ativos da Duke Energy e da Petrobras.

Sobre os ativos da Duke, Sattamini conta que eles já foram analisados muitas vezes pela companhia, por serem ativos na região Sudoeste, "que tem um apelo interessante dado o mercado consumidor". "Acredito que a gente deva olhar, mas tem uma semelhança muito grande com os ativos que a gente tem hoje, ou seja, tem concessões vincendas próximas as nossas concessões, mesmo tipo de regime de concessão, entre outras semelhanças. Não vai representar um perfil diferenciado que possa diminuir o nosso risco ou prolongar a nossa operação", comentou.

Quanto aos ativos da Petrobras, o executivo afirmou que é preciso avaliar a qualidade da informação. "Sei que nosso pessoal andou olhando, mas o apetite vai depender muito das condições que a gente encontrar e da qualidade da informação que a gente tiver", afirmou, durante teleconferência para divulgação dos resultados da empresa, que aconteceu nesta quarta-feira, 24 de fevereiro. Segundo ele, é preciso ter confiança na decisão e na informação prestada para que a companhia possa se sentir a vontade de apresentar uma oferta que faça sentido.

A empresa também planeja participar dos leilões de energia, apesar de acreditar que a demanda será baixa neste ano tanto no leilão A-3 quanto no leilão A-5. "A gente teve uma queda muito grande na demanda, tem excedentes nas distribuidoras. Talvez não sejam leilões muito convidativos, com oferta muito grande para demanda baixa. Mas obviamente vamos nos posicionar, temos projetos para nos posicionar e vamos participar", completou.

Anamélia Medeiros, gerente de Relações com o Mercado da Engie, disse ainda que a controladora está estudando as usinas do Complexo Tapajós e que participa, inclusive, do consórcio que realiza os estudos. "Mas a decisão final de participação nesse tipo de projeto vai ser tomada pelo boarding e eu acho que tem q ser feito com cautela e aprendendo as lições com as experiências que tivemos em Jirau", apontou.