A AES Tietê Energia busca por alternativas para aumentar sua capacidade de geração, conforme acordo fechado quando de sua chegada no país e que está estabelecido em contrato. De olho nessa estratégia após passar pela reorganização societária no final de 2015, e vista como a forma de simplificar e agilizar a tomada de decisões dentro da empresa, a geradora já colocou seus objetivos, que passam desde a implantação de novas usinas térmicas que há anos estão projetadas a até mesmo os ativos que, recentemente, a Duke Energy colocou à venda no país.

De acordo com Ricardo Cyrino, diretor de Desenvolvimento de Negócios da AES Tietê Energia, a estratégia de crescimento continua a buscar por projetos em desenvolvimento, e citou as duas térmicas de 500 MW que a empresa possui e que ainda não foram aos leilões da Aneel por falta de acordo que garanta o fornecimento de gás natural para essas centrais. E, revelou o executivo, ainda há mais um outro terceiro projeto térmico no estado de São Paulo que está em desenvolvimento, mas não deu mais detalhes sobre esta usina na teleconferência de resultados da empresa referentes ao ano de 2015.
“Temos desenvolvido ainda outras fontes com foco em renováveis, estamos preparando um projeto solar para o próximo leilão de reserva com 150 MW de capacidade e um adicional de 30 MW no estado de Minas Gerais, em uma área próxima à UHE Água Vermelha”, revelou ele. Além disso, apontou ainda a perspectiva de ter projetos desenvolvidos por terceiros no segmento eólico no Nordeste. Contudo, destacou que “a meta é de olhar as oportunidades em aquisições de renováveis ou outras fontes que podem ser interessantes para o grupo.”
Nesse sentido, o diretor presidente da AES Tietê Energia, Britaldo Soares, que deixará o cargo ao final de março ressaltou que isso demonstra não há alteração na linha geral de atuação da companhia. E adicionou à resposta de Cyrino que uma outra alternativa poderá ser a de geração a partir de fontes renováveis combinada com o armazenamento dessa energia em baterias, uma tecnologia que AES já domina em outros países. Contudo, esse movimento ainda deverá aguardar definições regulatórias.
Mais no curto prazo, a AES Tietê Energia vê nos ativos da Duke uma oportunidade de crescimento também. Contudo, Soares foi evasivo ao responder à questão do interesse nessas usinas. “Sempre olhamos o que se passa no mercado com bastante atenção. Esse ativo já veio várias vezes ao mercado e seguimos olhando as oportunidades”, resumiu.
A também norte-americana Duke anunciou na semana passada que colocou seus ativos no Brasil e na América Latina à venda. Inclusive, o J.P. Morgan e o Credit Suisse foram contratados para estruturar a operação da qual não deu mais detalhes. No Brasil, estão concentrados cerca de 50% das usinas que serão negociadas e somam 4.400 MW de capacidade instalada.