A AES Eletropaulo afirmou que continua em conversas com a Agência Nacional de Energia Elétrica e Ministério de Minas e Energia para resolver a questão da sobrecontratação de energia para esse ano. A distribuidora que atua na capital paulista e em 23 outros municípios da Grande São Paulo apresentou em 2015 um nível de cobertura de sua demanda de 107,2% e a tendência para 2016 é de seguir com acordos acima da demanda da concessionária.
“Desde o meio do ano passado, antes do A-1, iniciamos as conversas com a Aneel e o MME para falar da empresa e a sobrecontratação”, explicou a diretora vice presidente de distribuição da AES Brasil, Teresa Vernaglia. “Essas conversas se mantêm de forma intensa e nossa visão é de que o órgão regulador, o ministério, além da CCEE entendem que essa situação não ocorreu por descuido da companhia. Visualizamos hoje que há o engajamento forte para encontrar alternativas para flexibilizar os mecanismos existentes e resolver essa questão de estarmos acima de 105%, afinal o problema é de todas as distribuidoras, há casos em que algumas estão até acima dos 107% que temos”, acrescentou a executiva em teleconferência de resultados da empresa em 2015.
O diretor presidente da empresa, Britaldo Soares, que deixará o cargo em 1º de abril, destacou ainda que essas conversas envolvem as associações do setor além da Aneel e MME. Segundo ele, a empresa não necessitava de toda a energia negociada no A-1 e lembrou que cerca de 2% da contratação é liquidada no mercado de curto prazo, sendo que apenas os 5% acima da demanda é que podem ser repassados ao consumidor.
Essa sobrecontratação, explicou a concessionária é explicada em partes pela desaceleração da economia e os reajustes tarifários concedidos no ano de 2015, que levou a uma redução da demanda total que ficou em 4,7% na comparação com o ano de 2014. As quedas mais expressivas de demanda no mercado cativo ficaram com os segmentos residencial que retraiu 5,1% e o industrial com queda de 9,7% levado o consumo do ACR ficar 4,4% menor do que no ano anterior. Já a retração no mercado livre apenas ficou em 6,2% no ano de 2015.
A empresa não indicou de quanto deverá ser o nível de sobrecontratação para 2016, apenas comentou que a tendência é de seguir o que ocorreu em 2015, ainda mais com a continuação da migração de consumidores livres potenciais para o ACL.
A empresa ainda destacou que está implantando o programa de investimentos de R$ 300 milhões anunciados no ano passado para recompor o nível dos indicadores de qualidade da companhia, quando foi notado um erro de dados. Tanto que a empresa apresentou um balanço parcial das atividades até janeiro em relação à redução do DEC e FEC.
O DEC de 2014 ficou em 13,25 horas em 12 meses, já no ano de 2015 aumentou para 23,42 horas bem acima da referência da Aneel que é de 8,06 horas. Já no período fevereiro de 2015 a janeiro de 2016 já se notou uma redução do indicador, que fechou em 21,35 horas. Já na comparação apenas de janeiro de 2015 com o mês passado, foi reportado um valor de 1,61 hora, redução de 56% ante o que foi reportado nesse mesmo mês de 2015.
Já quanto ao FEC a ultrapassagem dos limites da Aneel são menos expressivos. Em 2014 esteve abaixo das 6,36 vezes com 5,28 vezes. Mas em 2015 encerrou com 6,41 vezes ante um limite de 5,95 vezes. Esses são números preliminares.