Está nos planos da Tractebel Energia realizar investimentos que totalizam R$ 5,8 bilhões até 2018. Somente para este ano, a previsão da companhia, segundo Eduardo Sattamini, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, é de aportar R$ 2,351 bilhões. Para 2017 a estimativa é de investir R$ 1,6 bilhão e para 2018, R$ 1,913 bilhão.

Os investimentos irão suportar a carteira de projetos da companhia, que inclui a termelétrica Pampa Sul (RS), projetos eólicos e solar. A térmica, de 340 MW de capacidade instalada e localizada em Candiota, começou a construção no ano passado e está prevista para entrar em operação comercial em 2019. A usina utilizará como combustível o carvão mineral da jazida situada também em Candiota. Somente o projeto consumirá recursos da ordem de R$ 1,8 bilhão. Também em construção, o complexo eólica Santa Mônica, de 97,2 MW de capacidade instalada, deve iniciar a operação ainda neste ano.

A empresa ainda iniciará a construção, em 2016, do Complexo Eólico Campo Largo, no Rio Grande do Norte. O complexo terá uma capacidade comercial de 157,8 MW médios, sendo que 82,6 MW médios foram comercializados em leilão A-5 ao preço médio total de R$ 139,29/MWh. Essa capacidade será atendida por seis parques. Outros cinco parques que farão parque do complexo, e que somam 75,2 MW médios, terão sua energia destinada ao mercado livre, segundo Sattamini.

Para 2017, ainda de acordo com o executivo, a empresa planeja começar a construção da Central Fotovoltaica Assú V, que vendeu energia no 2º leilão de Reserva de 2015. Foram comercializados 9,2 MW médios ao preço médio de R$ 302,99/MWh.A expectativa é que o contrato de fornecimento com o fabricante de painéis seja assina até março de 2016. A central ficará localizada no Rio Grande do Norte.

O executivo comentou ainda sobre a hidrelétrica de Jirau, que ainda está sob o guarda-chuva da controladora Engie. Para Sattamini, a transferência da hidrelétrica para a Tractebel pode começar a ser discutida este ano. "Em algum momento neste ano deve-se começar a ser discutida a transferência. Com um número grande de máquinas em operação, os riscos ficam mitigados e acreditamos que é um bom momento para trazer a usina para a companhia", declarou o executivo durante teleconferência para divulgação dos resultados da companhia referentes a 2015, que aconteceu nesta quarta-feira, 24 de fevereiro.

Descontratação – Segundo Sattamini, em 2016 a empresa tem 149 MW médios descontratados, montante que vai aumentando ao longo dos próximos anos. Em 2017, o volume descontratado é de 257 MWmed; em 2018, de 587 MW médios; em 2019, de 1000 MW médios; e em 2020 e 2021 alcançam, respectivamente, 1.444 MW médios e 1.895 MW médios. "Nossa energia está quase toda contratada, começando a ter energia mais livre de 2019 a 2021. A estratégia da companhia é a de buscar janelas de oportunidade para vender essa energia", comentou.

Atualmente, o Preço de Liquidação de Diferenças está no patamar mínimo, o que faz com que os preços dos contratos de longo prazo no mercado livre também caiam. "O PLD no mínimo tem impactado os contratos de longo prazo. Faz pressão para baixo", analisou.