A Celesc inaugurou nesta semana um sistema pioneiro que permite integrar tecnologias de microgeração e redes inteligentes. A ideia é agrupar diversas fontes de energia de microgeração distribuída e controlar esse conjunto como se fosse uma única usina. Para isso, essas fontes de geração são conectadas a uma microrrede inteligente, que tem um ponto de conexão com a rede da distribuidora. Esse projeto, desenvolvido pela Fundação CERTI, foi chamado de Usina Distrital de Geração Distribuída de Energia Renovável e recebeu investimentos de R$ 1,4 milhão, através do programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Celesc.

A usina fica localizada dentro do Sapiens Parque, no norte da Ilha de Florianópolis, e tem capacidade para gerar 18 kW. Na microrrede ativa, a geração de energia é realizada por meio de painéis fotovoltaicos, geração eólica e diesel, esta última somente para backup, e passa por um sistema de armazenamento de energia em baterias integrado a um sistema de automação, controle e comunicação, desenvolvido dentro da CERTI. Conectada com a rede de distribuição da Celesc, a usina gera energia renovável que pode ser utilizada para o consumo local em caso de falhas no fornecimento, ou fica como excedente de geração de crédito na fatura de energia, pelo fato de ser injetada na rede de distribuição.

"O objetivo desse projeto é avaliar o conceito de usina distrital aplicada à geração distribuída e como se consegue gerenciar esses diversos tipos de geração como se fosse um só", explicou o gerente do projeto, Felipe Cassias Pereira. O sistema pode operar de modo conectado à rede da Celesc ou de modo ilhado. Para o modo conectado, segundo a Celesc, eventuais excessos de energia são injetados na rede elétrica, enquanto que a energia faltante é importada da mesma, o que torna o uso de baterias e de gerador dispensáveis. Já no modo ilhado, a ativação do gerador a diesel e o despacho das baterias se faz necessário para prevenir a queda da rede interna.

Para a Celesc, o conceito de microrrede pode ser uma solução para atenuar problemas de intermitência na rede causada pelos diferentes tipos de fonte utilizados para a microgeração. Isso porque a tendência é de que haja a inserção em larga escala de microgeração no sistema elétrico nacional. Como a entrada dessas fontes se dá através da rede da distribuidora, é importante que ela esteja preparada para esse cenário.

"O grande interesse da Celesc no projeto é entender melhor o conceito de geração distribuída, a interação entre o cliente com geração própria e o sistema da Celesc e também de que maneira a Celesc pode melhorar o fornecimento de energia aos seus consumidores, utilizando-se do conceito de geração distribuída associada às redes inteligentes", declarou Pereira.