Após 52 dias, o Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais e a Cemig chegaram a um consenso e fecharam um acordo coletivo de trabalho, assinado no início de fevereiro. Em greve desde o fim de novembro de 2015, os funcionários divergiam da proposta de reajuste e pediam o cumprimento de promessas de campanha feitas pelo então candidato e hoje governador Fernando Pimentel. A redução drástica da terceirização era uma das principais delas.
De acordo com informações do Sindieletro-MG, o reajuste ficou em 10,33% pelo INPC. Foi acertada a primarização de 400 vagas ao longo de 2016. O pleito do sindicato era de que ela atingisse 1.500 postos. As atividades de linha viva, equipes de manutenção de rede subterrânea, técnicos de projetos de expansão da distribuição, inspeção de redes e unidades consumidoras deverão ser realizada por funcionários da própria Cemig. Quanto ao desconto pelos dias de greve, 40% foram abonados pela empresa, outros 40% serão pagos pelos funcionários e 20%, ou cinco dias serão descontados de janeiro a maio, um dia em cada mês. Não haverá reflexo em férias, PLR e décimo-terceiro salário.
Ainda de acordo com informações do sindicato, a composição da Participação nos Lucros e Resultados ficou metade proporcional ao salário e metade linear para os funcionários. A primeira proposta apresenta pela Cemig deixava a PLR proporcional aos salários, deixando ela maior para os salários mais altos. Foi acertada a realização de mesas temáticas ao longo do ano para a discussão de novos planos de cargos e carreiras. Outros temas que serão discutidos em mesas ao longo do ano são segurança do trabalho, saúde, segurança e seleção interna.
Uma das características desse período em que a empresa ficou em greve e que se refletiu na sua duração foi a queixa dos dirigentes sindicais sobre a falta de diálogo com a Cemig na negociação do acordo coletivo. A expectativa dos sindicalistas é de que nessas discussões que ainda serão travadas ao longo de 2016 os canais de comunicação e negociação continuem.