A primeira revisão quadrimestral desse ano poderá apresentar nova revisão negativa para a projeção de carga que compreende o período que vai de 2016 a 2020. Até o momento a Empresa de Pesquisa Energética avalia que é preciso esperar o decorrer do primeiro trimestre para ter uma ideia mais clara qual deverá ser o nível de redução da projeção. Mas que a retração da economia deverá levar a essa nova revisão negativa. A avaliação é feita em conjunto entre a EPE e o Operador Nacional do Sistema Elétrico.

"O ano está começando, ainda é cedo para afirmar algo, mas realmente a queda que estamos vendo na atividade econômica pode ser que tenhamos que fazer uma nova revisão do consumo para baixo", afirmou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

Na primeira revisão quadrimestral do ano passado – que indica as projeções até 2019 e foi divulgada em maio – já havia uma desaceleração no consumo com a expansão de apenas 0,1% na carga do SIN. Já na segunda revisão, datada de julho a projeção passo para o campo negativo, com queda de 1,8% e projeção de demanda de 64.017 MW médios. No planejamento anual inicial de 2015 esperava-se uma demanda de 67.260 MW médios.

Para este ano, a segunda revisão estimava crescimento de 2,4% e demanda de 65.585 MW médios. Já para 2017 a taxa de crescimento que era estimada estava em 3,7%. Por sua vez, em 2018 esperava-se 4,2% e 2019 com 4,1%, levando assim a um crescimento médio nesse período de 3,6%.

Esses dados levaram em conta quedas do PIB de 1,2% em 2015 e crescimento de 1,1% da economia este ano. A taxa média de crescimento do período estava em 2,5%. Contudo, nesta quinta-feira, 18 de fevereiro, o Banco Central informou que o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB fechou 2015 com uma queda de 4,08% sem ajustes. Considerando as sazonalidades, a retração é um pouco mais acentuada, de 4,11%. O IBGE é o responsável pelo cálculo oficial do PIB.

Até o momento, disse ele, a perspectiva é de divulgar essas novas projeções nas datas que são apresentadas, ou seja, em abril e agosto de todos os anos. Contudo, não descartou que em caso eventual de se notar uma grande mudança na demanda é possível que se antecipe essa revisão, mas que até o momento não há essa indicação. "Ainda precisamos verificar os primeiros dados de consumo desse ano", argumentou Tolmasquim em entrevista à Agência CanalEnergia.