Vendo um cenário econômico difícil para 2016, a Steinbock Consulting vai apostar em que vem dando certo no setor elétrico, no caso, as eólicas. A empresa, que faz consultorias para melhoria de performances de projetos e maximização de resultados, tem forte atuação nas etapas de construção e início de operação de projetos. De acordo com o diretor da empresa Matheus Munford, a escassez de recursos nos setores público e privado deve conduzir a essa direção. "Hoje o setor de eólica é mais estruturado em termos de dinheiro e financiamento e é mais independente", explica Munford.
Com cerca de 20% da carteira de projetos em energia, a expectativa é que esse valor chegue em 40%. Mas o crescimento virá para substituir o percentual de setores como petróleo e gás e infraestrutura, em nítida baixa. Com uma diretora específica para energia, a meta é replicar nos projetos eólicos o êxito obtido em petróleo e gás e infraestrutura. "A imagem que temos nessas áreas queremos levar para eólica", promete. Ela já tem um contrato de um projeto eólico no Ceará. A empresa também planeja uma atuação internacional na área de gás, com foco no México, Peru, Equador e Guatemala.
O diretor conta que a presença da empresa em projetos que envolvem o setor elétrico se dá na busca pela otimização dos prazos de execução. Segundo ele, assim como em uma plataforma de petróleo, o início da operação de uma usina significa começar a receber receita pela operação. Uma usina é construída dentro de parâmetros específicos e técnicos que estão planejados dentro de um valor alto, o que impede erros nas datas de implantação. "Nosso trabalho é muito voltado para aderência dos prazos e manutenção de margens previstas no contrato dos clientes. Para um contrato na área do setor elétrico, tratamos com projetos de começo, meio e fim", avisa.
A busca pela excelência nos prazos também vem das possíveis punições que um empreendimento pode vir a receber por eventuais atrasos na entrega do projeto. Munford explica que uma usina é considerada uma obra de arte, tamanha a sua complexidade de execução. "Não se consegue industrializar o processo construtivo de uma usina", diz. A intenção do diretor é trazer para a implantação de projetos no setor elétrico aspectos de gestão e disciplina fartamente já adotados outros setores, com o automobilístico, o têxtil e o metal mecânico. Munford detecta uma tendência positiva no setor elétrico de adoção das melhores práticas.
O ambiente de crise econômica pode se tornar um aliado para a Steinbock angariar mais clientes. A busca por redução de custos e melhoria de resultados será uma certeza no radar das empresas. Mas por outro lado, a deterioração das receitas e a intensidade da recessão econômica podem fazer com que o capital destinado para esse tipo de rubrica não exista. "Quando a retração é absurda, existe também a dificuldade de fazer investimentos, mesmo que seja com a consultoria salvadora", adverte.