O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, revelou que “pelo menos seis consórcios manifestaram o interesse preliminar de participar” do leilão de privatização da Celg-D (GO). Ao voltar da reunião semanal de Coordenação Política no Palácio do Planalto, Braga garantiu nesta segunda-feira, 15 de fevereiro, que não há nenhum atraso no cronograma de licitação da distribuidora goiana, e a previsão de realização do leilão em março está mantida. Ele se disse otimista com o resultado do certame.
“Eu tenho uma expectativa positiva, pelos fundamentos econômicos do estado de Goiás, por ser o estado do agronegócio, que tem um crescimento histórico acima do PIB brasileiro e que tem ganhos efetivos no VPL (Valor Presente Líquido) da companhia, de que vai ser um bom leilão, de que nós teremos um bom resultado”, disse Braga. Ele não descartou a participação de investidores chineses e de outros países, que podem integrar os grupos de empresas reunidas em consórcio. Lembrou ter recebido grupos de investidores, e que também o BNDES tem participado de negociações com os agentes econômicos.
Braga justificou a delegação do processo licitatório da Celg ao Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social afirmando que seria muito mais complexo para o ministério fazer a licitação. O BNDES tem experiência na modelagem de venda de empresas estatais e foi autorizado por meio da Portaria 26, do MME, a conduzir a licitação da distribuidora goiana.
Um pouco mais cedo, o presidente da Celg-D, Sinval Zaidan, disse que a expectativa é de que o edital de privatização seja publicado ainda este mês para que a venda ocorra em março, mas o processo depende do BNDES. Zaidan foi recebido pelo ministro nesta segunda-feira.
A empresa controlada pela Eletrobras desde o ano passado, quando houve o processo de federalização, será a primeira das sete distribuidoras do grupo estatal a ter seu controle transferido a outros investidores. A Eletrobras detém 51% do capital social da companhia, enquanto o governo de Goiás tem 49%. O preço mínimo definido pela empresa avaliadora, segundo Zaidan, será superior a R$ 5 bilhões, considerando algo em torno de R$ 2,8 bilhões em ativos e aproximadamente R$ 2,5 bilhões em dívidas, o que inclui o passivo negociado de Itaipu.