A Ampla (RJ) registrou prejuízo de R$ 35,2 milhões em 2015, revertendo o lucro do ano anterior de R$ 194,8 milhões. A distribuidora foi afetada pelo aumento de custos e das despesas financeiras. Os custos e as despesas operacionais alcançaram R$ 5 bilhões ano passado, valor 30,5% superior ao de 2014.

Esse incremento reflete os maiores custos com a compra de energia, em decorrência do acionamento das térmicas e o aumento da tarifa de Itaipu. Houve aumento das despesas operacionais para melhoria da qualidade do serviço de distribuição, além de maiores perdas de energia e o aumento nas provisões para cobrir a inadimplência das contas.

A receita da Ampla cresceu em 2015 para R$ 8,5 bilhões, ante R$ 6,1 bilhões do ano anterior. A maior receita é reflexo do reajuste tarifário e da entrada em vigor do sistema de bandeiras tarifárias. A receita cresceu também em função da decisão regulatória que permite às distribuidoras contabilizar, nos resultados financeiros, os créditos a receber nos próximos reajustes da tarifa. Segundo a Ampla, esses créditos são atribuídos, sobretudo, ao aumento do custo de compra de energia, devido à situação hidrológica desfavorável.

O ebtida da empresa despencou de R$ 927,2 milhões, em 2014, para R$ 351,4 milhões no ano passado. A Ampla explicou que o aumento das receitas não compensou os maiores custos operacionais e a redução dos valores da tarifa de energia destinada à remuneração da companhia, conforme estabelecido para o atual ciclo tarifário, vigente de março de 2014 a março de 2019.

A distribuidora investiu R$ 803,8 milhões em 2015, um acréscimo de 42% em relação aos R$ 565,3 milhões registrados em 2014. Os investimentos foram destinados, principalmente, à melhoria da qualidade do serviço, ao combate ao furto de energia e à conexão de novos clientes à rede.

O número de clientes cresceu 3% para 2.976.003. As vendas e o transporte de energia alcançaram 11.723 GWh no ano passado, praticamente em linha com os 11.803 GWh registrados em 2014. De acordo com as empresas, o aumento do número de clientes compensou, quase totalmente, a retração média de 2,2% no consumo de energia per capita nos mercados regulados e livre.