A revisão das previsões de afluências divulgada nesta sexta-feira, 22 de janeiro, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, aponta que o nível de armazenamento no submercado Sudeste/Centro-Oeste deverá ficar em 46,5% ao final de janeiro. Essa projeção representa uma melhoria de pouco mais de dois pontos porcentuais ante o previsto na semana passada pelo órgão. De acordo com a revisão 4 do PMO de janeiro, o Sul deverá encerrar o mês com 94,2% de sua capacidade ocupada, o Norte com 30,7% e o Nordeste com 19,9%, um incremento de mais de 7,5 pontos porcentuais ante o que se esperava na semana passada como nível de fechamento deste mês.

O volume de energia natural afluente esperado para o final de janeiro é de 125% da média de longo termo no submercado que abriga cerca de 70% da capacidade de armazenamento do país. Já no sul a expectativa é de encerrar o primeiro mês de 2016 da mesma forma que o ano de 2015, chuvas bem acima da média, 207% da MLT. No Nordeste, a perspectiva é de 38% da média histórica e no Norte está em 39%.
Como reflexo desse volume de chuvas, o CMO voltou a recuar no SE/CO e Sul do país. Na semana operativa que se inicia neste sábado, 23 de janeiro, o valor médio é de R$ 6,07/MWh, sendo que os patamares pesado e médio estão equalizados em R$ 7,08/MWh e o leve em R$ 4,31/MWh. No Norte o valor recuou para R$ 7,56/MWh sendo que a diferença entre as cargas pesada e média para a leve é de R$ 0,32/MWh sendo as primeiras em R$ 7,68/MWh e a última em R$ 7,36/MWh. No Nordeste ainda há um descolamento bem acentuado do resto do país, com o CMO médio a R$ 304,29/MWh, sendo as cargas pesada e leve a R$ 323,02/MWh e a leve a R$ 271,44/MWh.
Outro impacto das chuvas é reativação da hidrovia Tietê-Paraná que terá seu retorno, com níveis mínimos flexibilizados e em caráter temporário a partir desse sábado a até 5 de fevereiro. O ONS argumenta que essa medida foi possível ao se analisar os estudos de simulação para as próximas duas semanas. Esses estudos, indica o operador, apresentaram a viabilidade da manutenção da cota mínima de 324,8 metros na UHE Três Irmãos (SP, 804,5 MW).
“Esta indicação temporária se deve à significativa melhoria nas condições hidrológicas das usinas localizadas a jusante das bacias dos rios Grande e Paranaíba, assim como as do rio Tietê”, aponta o ONS. Contudo, avisa que “faz-se necessária a plena recuperação dos estoques armazenados nas usinas localizadas nas cabeceiras dos rios Grande e Paranaíba, para que se garanta a permanência da operação da hidrovia Tietê-Paraná ao longo do ano”.
A previsão de carga do ONS para o encerramento de janeiro é de retração de 4,9% ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o operador, esse número ainda não reflete a queda da demanda originada pelo realismo tarifário de 2015, já que o RTE ocorreu em março e ainda há a questão das chuvas mais presentes esse ano e com temperaturas mais amenas que no ano passado. O destaque da retração está no SE/CO cuja previsão é de queda de 7,1% ante os primeiros 30 dias de 2015. No sul a expectativa é de retração de 3,3%, no NE a estimativa aponta para recuo de 3,8% e no Norte, ao contrário do restante do país a projeção é de elevação de 7,3%, ainda por conta da integração de Macapá (AP) ao SIN e, por isso, ainda contar com uma baixa base de comparação do ano anterior.
A geração térmica prevista para a semana é de 14.332 MW médios, sendo que 4.253 MW médios são por ordem de mérito, 2.949 MW médios por inflexibilidade, 7.084 MW médios por garantia energética e 46 MW médios por restrição elétrica.
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