O Brasil exportou nessa semana 153 MW médios para atender a uma necessidade elétrica da Argentina, informou o Ministério de Minas e Energia nesta quinta-feira, 21 de janeiro. Segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico, na última terça-feira, 19 de janeiro, houve o intercâmbio internacional de 69 MW médios (1.656 MWh) do Brasil para a Argentina em caráter emergencial, via conversora de Garabi II no período das 14h20min às 18h10min por solicitação da CAMMESA (operadora elétrica argentina) em tempo real, devido à carga acima da prevista aliado à indisponibilidade de recursos de geração na Argentina. Na quarta-feira, 20, o Brasil voltou a exportar energia para a Argentina, enviando 84 MW médios (2.016 MWh) para o país vizinho, pelas mesmas razões.
 
De acordo com o MME, as interligações internacionais entre sistemas elétricos do Brasil com países vizinhos foram concebidas a partir do interesse mútuo de estabelecer um caminho de integração. Elas permitem realizar intercâmbios de energia elétrica atendendo múltiplos objetivos, tais como aumento da confiabilidade dos sistemas, redução do custo de produção de energia e aproveitamento das diversidades de carga e geração entre sistemas.
 
Atualmente, essa integração com os países vizinhos é realizada por meio da usina hidrelétrica Itaipu, pertencente aos governos brasileiro e paraguaio; das conversoras de frequência 50/60 Hz Uruguaiana, Garabi 1, Garabi 2, que possibilitam intercâmbio com a Argentina; da conversora Rivera, que possibilita intercâmbio com o Uruguai; e da interligação entre Brasil e Venezuela, utilizada para atendimento ao sistema elétrico de Roraima, isolado do restante do país. Destaca-se que está em fase final de testes a conversora de frequência denominada Melo, que representa nova interligação com o Uruguai.
 
Em relação ao intercâmbio de energia realizado com a Venezuela, atualmente o Brasil é apenas importador de energia do país vizinho para abastecimento de Boa Vista (RR). Ressalta-se que esta é a única capital brasileira que ainda não dispõe de um sistema elétrico interligado ao restante do país, sendo o fornecimento de energia no local realizado predominantemente a partir da importação de energia da Venezuela e da geração do parque térmico instalado no local. A interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional será efetivada com a construção da LT 500 kV Lechuga – Equador – Boa Vista, empreendimento cuja Licença Prévia, necessária para o início da construção, foi emitida em dezembro de 2015, mas a obra não foi iniciada devido a questionamentos envolvendo a Funai e o Ministério Público.