A queda na demanda de energia elétrica do país fez com que a esperança dos investidores na fonte eólica fique concentrada nos leilões de Reserva. Em leilões como A-3 e A-5, o nível de contratação é estabelecido pela necessidade apresentada pelas distribuidoras, com base na expectativa do crescimento do mercado para os próximos três ou cinco anos. Já nos leilões de Reserva, que tem a função de dar segurança para o sistema, o governo é quem define quanto será contratado.
Segundo Elbia Gannoum, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, o cumprimento da meta de contratação de 2 GW eólicos por ano dependerá da demanda dos leilões de reserva. “Se for depender de demanda das distribuidoras, de fato não vai ter muito mercado. A gente aposta no mercado de reserva porque o Brasil precisa contratar essa energia”, afirmou.
Há também a necessidade de se ampliar a oferta de sistemas de transmissão. A executiva informou que a falta de capacidade de escoamento impediu que a fonte eólica viabilizasse mais projetos no leilão A-3 de 13 de novembro do ano passado, onde 680 MW foram contratados.
“A nossa preocupação é com a transmissão”, disse Elbia, destacando que o país tem 21 GW em projetos em carteira prontos para irem a leilão. “Esse ano, se não tiver uma sinalização de curto e médio prazo [para a transmissão], o leilão A-3 está comprometido [em relação à participação da fonte eólica].”
Elbia participou nesta quinta-feira, 14 de janeiro, da cerimônia de inauguração do Complexo Eólico Chapada do Piauí (PI- 436 MW), em Marcolândia, no Piauí – empreendimento construído pela ContourGlobal em parceria com a Chesf.
*O repórter viajou a convite da ContourGlobal