Eletronorte, Furnas e Eletrosul aceitaram o acordo de repactuação do risco hidrológico proposto pelo governo para os contratos do mercado regulado, informou José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras. Apenas a Chesf recusou o acordo. O executivo participou nesta quinta-feira, 14 de janeiro, da cerimônia de inauguração do Complexo Eólico Chapada do Piauí (PI- 436 MW), em Marcolândia, no Piauí – empreendimento construído pela ContourGlobal em parceria com a Chesf.

Segundo Carvalho Neto, a adesão ocorreu somente no mercado regulado porque “não havia vantagem” na proposta para o mercado livre. O processo de repactuação prevê dois modelos diferentes para cada ambiente de contratação. Mesmo assim a adesão ainda é importante para destravar as liquidações financeiras do mercado do curto prazo, interrompidas em novembro do ano passado por conta de liminares conquistadas pelos agentes que procuraram se proteger dos prejuízos causados pela crise hídrica.

“Esse é o grande mérito desse projeto [de repactuação do GSF]. Além de colocar uma condição comercial com mais possibilidades, mais justas, ele praticamente vai eliminar essas liminares. Acho que só vão ficar as liminares na CCEE com relação ao rateio da inadimplência”, declarou o executivo em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia.

Carvalho Neto ainda explicou o motivo que levou a Eletrobras recusar o acordo no caso da Chesf. Ele esclareceu que a companhia já tinha renovado os contratos de suas usinas pelo modelo da MP 579/12, que transfere o risco hidrológico para os consumidores de energia. “O caso da Chesf é um pouco diferente. Na Chesf, quase todas as usinas já tinham a concessão renovada por cota. Na cota, o risco hidrológico não fica com a empresa, fica com o consumidor”.