A ContourGlobal e a Chesf vão inaugurar nesta quinta-feira, 14 de janeiro, três complexos eólicos no Piauí. As usinas comercializaram energia nos leilões de Reserva e A-3 de 2013 e juntas somam 436 MW de capacidade instalada, o suficiente para atender ao consumo anual do estado do Piauí.
 
A cerimônia de inauguração será realizada no município de Marcolândia, região sudeste do estado do Piauí, a 413 quilômetros da capital Teresina. São esperadas as presenças do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga; do governador do Piauí, José Wellington Barroso de Araújo Dias; do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto; do presidente da Chesf, José Carlos Miranda; da presidente-executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum; e da CEO para América Latina da ContourGlobal, Alessandra Marinheiro.
 
Com um contrato de suprimento de 20 anos, as usinas foram construídas pela ContourGlobal (51%) em parceria com a Chesf (49%), subsidiária da Eletrobras. O valor do investimento está calculado em R$ 1,85 bilhão, sendo que R$ 1,3 bilhão foi financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Foi a primeira vez que a ContourGlobal fez uma parceria com uma estatal no Brasil e está sendo uma parceria de sucesso”, declarou Alessandra em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia.
 
“Nesse momento em que a gente passa por uma das piores crises hídricas no rio São Francisco, no rio Parnaíba e no rio Tocantins, esses projetos vêm reforçar a oferta de energia no Nordeste, contribuindo significativamente para que não haja riscos de racionamento na região”, declarou Miranda.
 
Os complexos Chapada do Piauí I (205 MW), Chapada do Piauí II (172,4 MW) e Chapada do Piauí  III (59,2 MW) – este último é um investimento apenas da ContourGlobal – são equipados com aerogeradores da GE, modelos de 1.85 MW e 1.7 MW. “É um fornecedor que na época da construção do parque tinha as máquinas que melhor se adequavam aos ventos, com fator de capacidade muito bom”, garantiu Alessandra.
 
A produção será escoada pela subestação seccionadora Curral Novo, construída pela ContourGlobal em parceria com a Queiroz Galvão, Casa dos Ventos e Chesf. Segundo Alessandra, a construção da própria subestação foi uma alternativa encontrada pelos empreendedores localizados naquela região. “Não é qualquer empreendedor e não é qualquer transmissora que consegue viabilizar esse tipo de alternativa”, disse a executiva, afirmando que esse tipo de solução deve ser vista em outros projetos de grande porte no Brasil.
 
Com a conclusão dos complexos da Chapada do Piauí, a ContourGlobal não tem mais nenhum projeto em construção no Brasil. Dessa forma, a expectativa é que a empresa, com sede em Nova York, volte a participar dos leilões de geração no país neste ano.
 
“Tanto pela questão do mercado, tanto pela necessidade de focar nesses projetos, decidimos não participar dos leilões de 2015. Para 2016, a gente vai reavaliar essa situação, para então decidir se participamos ou não dos próximos leilões”, disse Alessandra. “O Brasil é um mercado importante para a gente, principalmente para energia renovável, que é nosso foco para o crescimento”, completou a executiva.
 
Da mesma forma, disse Miranda, a Chesf também deve voltar a participar dos leilões neste ano. “Ao longo de 2016 voltaremos para os leilões, mais para o final do ano”, disse. A Contour, por sua vez, também está de olho nas oportunidades de aquisições. Segundo a Alessandra, a empresa tem sido contata por bancos de investimentos e consultorias. “Acho que 2016 vai ser um ano que vai ter um volume muito grande de transações de M&A. A gente está vendo empresas que tem interesse em vender. Temos avaliado as oportunidades que estão no mercado. Então, sim, essa pode ser uma linha de atuação, de comprar projetos em operação ou já em construção ao invés de participar de leilões”, revelou Alessandra.
 
“A gente sempre olhou o mercado de M&A, mas no passado era um mercado sempre concorrido, você tinha grandes empresas que estavam dominando, como a CPFL e as próprias estatais estavam comprando. Então acho que agora você tem no mercado mais vendedores que compradores”, completou a executiva.


*O repórter viajou a convite da ContourGlobal.