Capitalizada e com uma visão de longo prazo, a Cubico declara que não restringirá a sua estratégia de crescimento no setor elétrico às aquisições de projetos operacionais. A companhia, formada pelo banco Santander e por dois grandes fundos de pensão canadenses, tem interesse em participar de leilões no Brasil e em outros países da América Latina, sempre com foco em fontes como eólica, solar e pequenas centrais hidrelétricas. Nesta segunda-feira, 11 de novembro, a empresa anunciou a aquisição de dois complexos eólicos da Casa dos Ventos, numa transação que envolveu R$ 2 bilhões de investimento entre equity e dívida.
 
"De uma maneira oportunista, nós iremos fazer aquisições de projetos já em operação, porém o foco principal é no desenvolvimento e na construção de novos projetos em diversos mercados", afirmou Eduardo Klepac, Head da Cubico no Brasil, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. "O foco principal é participar ativamente dos leilões de diversos mercados, tanto no Brasil quanto no Peru, México."
 
Sediada em Londres, a Cubico Sustainable Investments é uma investidora e gestora de ativos de energia renovável e água. Fundada em maio de 2015, têm como sócios o banco Santander, o fundo de pensão dos professores de Ontário (Ontario Teacher´s Pension Plan) e o administrador de fundos de pensão do Canadá Public Sector Pension Investment Board.
 
Com a conclusão da compra destes dois complexos eólicos da Casa dos Ventos (Caetés e Ventos do Araripe I), a Cubico adiciona 392 MW ao seu portfólio no Brasil que, somados aos 223 MW já existentes (transferidos da antiga carteira global de ativos de energia renovável do Banco Santander), deixam a companhia com 615 MW de ativos eólicos operacionais e a posicionam como o terceiro maior player do setor de energia eólica do país. A carteira global da companhia no mundo soma 1,7 GW.
 
"Estamos bastantes comprometidos com a região de maneira geral e com o Brasil principalmente. No futuro voltaremos a analisar outras oportunidades no Brasil de uma forma individual. Temos interesses em diversas tecnologias, tanto eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas e também em saneamento", disse Klepac. "Nosso foco é continuar crescendo." 
 
O executivo informou que a empresa acompanha a evolução do mercado solar no Brasil para poder tomar uma decisão de investimento no futuro. "É uma fonte importante e acredito que vai ter um espaço relevante dentro da matriz elétrica brasileira."
 
Segundo Klepac, a Cubico se destaca por ser uma empresa estruturada para aproveitar as oportunidades a longo prazo. "Esse é o principal diferencial da Cubico. É ser uma empresa de longo prazo, entre 20 e 40 anos. Isso acaba criando uma vantagem competitiva em relação aos players do setor. Podemos entrar tanto em projetos greenfield, projetos desenvolvidos, participar de leilões ou como foi nesse caso, fazer aquisições de projetos operacionais", disse o executivo.
 
Além disso, a empresa tem forte presença local nos mercados onde atua. "Temos uma equipe que globalmente mantém relações com os fabricantes e ao mesmo tempo uma equipe local que mantém uma atuação forte em questões regulatórias, especificidades de financiamento e execuções de obras nos países que atuamos."
 
Ele continua: "Um segundo diferencial é que possuímos toda a capacidade financeira para poder construir os nossos projetos junto com os financiamentos de longo prazo. Na questão de capital estamos sempre resolvidos. Temos uma empresa capitalizada e com uma visão de longo prazo", concluiu Klepac, complementando que a empresa não tem restrições para realizar novas parceiras ou sócios. "O importante é ter uma governança adequada."