Representantes da China Three Gorges assinaram no Ministério de Minas e Energia os contratos das usinas hidrelétricas Jupiá (1,55MW) e Ilha Solteira (3,4 MW), leiloadas no dia 25 de novembro do ano passado. A solenidade foi realizada nesta terça-feira, 5 de janeiro. A estatal chinesa é responsável por R$ 13,8 bilhões dos R$ 17 bilhões que serão arrecadados pelo Tesouro Nacional pelas 29 concessões de usinas existentes, licitadas no certame. Desse total, 65% foram pagos esta semana e outros 35% serão quitados em até 180 dias. O valor já esta incluído no preço da energia ofertado no leilão.

O presidente da CTG, Lu Chun, destacou a experiência do Brasil e da China na construção de usinas e afirmou que a energia hidrelétrica "faz parte do DNA" da empresa. A estatal opera na China a UHE Três Gargantas, com 22,5 GW, a maior usina do mundo em capacidade instalada. Lu Chun lembrou que a empresa está há dois anos no Brasil, mas já está formando sua equipe e tem presença em dez estados brasileiros.

“Nossa intenção é trabalhar com energia limpa”, disse o executivo, que classificou Jupiá e Ilha Solteira como duas obras clássicas da hidroeletricidade brasileira. Ele também prometeu respeitar os contratos de concessão.

O ministro interino de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata,  disse durante a cerimônia que as hidrelétricas construídas pela Cesp são de extrema importância para o sistema elétrico brasileiro, não apenas pela capacidade instalada, mas também pela sua localização estratégica na maior região consumidora de energia do país. Barata lembrou que as duas usinas constituem um dos principais complexos hidrelétricos do mundo e têm papel fundamental na navegabilidade da bacia Tietê -Paraná, uma das principais vias de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste do país e do estado de São Paulo.

Para o ministro interino, o certame de novembro teve um significado muito especial para o setor elétrico, não apenas pela capacidade instalada das usinas – 5,5 mil MW -, mas por ter permitido uma arrecadação de R$ 17 bilhões, fundamental para o ajuste fiscal brasileiro. Barata destacou ainda a consolidação de uma grande parceria com os chineses na área de geração. 

Alertou, porém, para a grande responsabilidade que é operar usinas tão significativas para o setor elétrico e tão bem administradas ao longo do tempo como Jupiá e Ilha Solteira. “É preciso que estejamos atentos, porque essas usinas são ativos da maior importância para o setor elétrico brasileiro, mas também unidades que tem mão de obras, equipes altamente qualificadas e que, por isso mesmo, transformaram essas usinas em um marco da engenharia brasileira”, disse.