A Standard & Poor’s rebaixou os ratings atribuídos à Cemig e às suas subsidiárias operacionais, Cemig D e Cemig GT, de ‘BB+’ para ‘BB’. Ao mesmo tempo, foram rebaixados os ratings das empresas na Escala Nacional Brasil, de ‘brAA’ para ‘brAA-‘. A perspectiva dos ratings em ambas as escalas agora é estável.
Segundo a S&P, o rebaixamento reflete a expectativa de que as métricas de crédito da Cemig se enfraquecerão em relação ao projetado, tornando-se mais alinhadas a um perfil de risco financeiro "agressivo". A geração de caixa permanece fraca na Cemig D em face de maiores necessidades de capital de giro após o acúmulo de ativos regulatórios (R$ 1,3 bilhão em setembro de 2015), visto que a depreciação da moeda brasileira elevou a parcela dos custos de energia da empresa denominada em dólar relativos a Itaipu. A Cemig D só poderá repassar para as tarifas depois do reajuste de tarifas em maio de 2016.
A agência espera que o desempenho operacional da Cemig GT se enfraqueça em função do término de concessões, as quais representam quase um terço de sua capacidade total. Finalmente, a dívida ajustada total aumentou, visto que as garantias fornecidas aos investimentos não consolidados, especialmente Belo Monte e Santo Antônio, subiram para R$ 6 bilhões em setembro de 2015 ante R$ 3,1 bilhões um ano antes.
Os ratings da Cemig refletem o perfil de risco de negócios "satisfatório" do grupo e seu perfil de risco financeiro "agressivo". "Embora a Cemig continue com a disputa legal com o governo referente aos seus direitos para renovar as concessões de suas usinas hidrelétricas, com uma capacidade instalada de aproximadamente 2.500 MW, acreditamos que o resultado não prejudicará sua posição competitiva. O portfólio diversificado de ativos da Cemig em geração, transmissão e distribuição de eletricidade oferece certa resiliência para suas operações. Os ratings da Cemig D e da Cemig GT espelham os ratings do controlador delas, porque as vemos como entidades core para o grupo", diz a S&P.
Em 25 de novembro de 2015, a Cemig participou do último leilão de usinas hidrelétricas, vencendo a concessão de 18 delas com uma capacidade total de 700 MW, incluindo 14 usinas que ela operava e cujas concessões expiraram no início deste ano. A Cemig receberá uma remuneração de serviço anual de aproximadamente R$ 500 milhões e pagará uma outorga de R$ 2,2 bilhões (65% mediante a assinatura do contrato ainda em 2015 e 35% 180 dias depois, sendo que o financiamento requerido já está garantido).
"Continuamos vendo o perfil de risco de negócios da Cemig como "satisfatório" com base na sua vantagem regulatória adequada e na sua forte posição de mercado em função de seu portfólio diversificado de ativos de eletricidade. As operações da Cemig nos segmentos de distribuição e transmissão ajudam a mitigar a volatilidade inerente ao mercado de geração, o que vemos como um fator de rating positivo", avalia a S&P.