Depois de mais de uma década de crescimento agressiva, a demanda mundial por carvão deu uma freada, segundo o relatório anual de carvão publicado na última sexta-feira, 18 de dezembro, pela Agência Internacional de Energia. Pelo documento, foi reduzida drasticamente a previsão de crescimento da demanda mundial de carvão dos próximos cinco anos como reflexo da restruturação econômica da China, que representa metade do consumo mundial do combustível. O maior apoio dos países para energias renováveis e eficiência energética, resultado do acordo da COP21, em Paris, também ajudará a conter a demanda por carvão. 

A AIE reduziu sua estimativa de crescimento da demanda global por carvão em 500 milhões de toneladas equivalentes, reconhecendo as diversas pressões que os mercados de carvão tem enfrentado. "A indústria do carvão está enfrentando enormes pressões e a principal razão, mas não a única, é a China. A transformação econômica na China e as políticas ambientais em todo o mundo, incluindo o recente acordo sobre o clima em Paris, continuarão a frear a procura por carvão", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. 
 
O relatório prevê ainda um ligeiro aumento da demanda por carvão fora da China até 2020, mas com declínio estrutural na Europa e nos Estados Unidos. A região com a maior taxa de crescimento no uso do carvão no período é no Sudeste Asiático. Os preços continuam a permanecer em níveis baixos. Em dezembro de 2015, os preços do carvão importado na Europa caiu abaixo de US$ 50 por tonelada, reflexo do excesso de oferta e importações encolhendo na China.