Na última terça-feira, 15 de dezembro, a hidrelétrica de Jirau (RO – 3.750 MW) efetuou com sucesso o teste Black Start em 13 unidades geradoras da usina. O teste, que foi solicitado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, consistiu na simulação de um apagão completo e no seu pronto restabelecimento ao sistema, a partir da entrada em ação de um grupo gerador. A primeira turbina começou a funcionar em seis minutos, dando condições para que as outras fossem acionadas, o que no total durou 47 minutos. O teste conseguiu ainda chegar a 16 unidades em 50 minutos. De acordo com Isac Teixeira, diretor de Operação da Energia Sustentável do Brasil, o êxito no teste é um marco. "No Brasil o máximo que tinha sido feito até agora era em seis máquinas e fizemos em treze", explica. Em fevereiro já havia sido realizado um primeiro teste.
Teixeira explica à reportagem da Agência CanalEnergia que o teste feito a pedido do ONS tinha como maior objetivo o auto restabelecimento e normalização do sistema nos estados do Acre e Rondônia, em caso de blecaute. O operador pediu 13 unidades para o restabelecimento. Inicialmente, o Black Start desse sistema deveria ser feito pelas hidrelétricas de Samuel e Santo Antônio, nessa ordem. Elas tiveram dificuldades técnicas para fazer a adaptação do gerador, o que fez com que o pedido fosse direcionado para Jirau. A execução do black start não está no contrato de concessão da usina.
No teste, as turbinas da usina da margem direita foram completamente desligadas, sem a alimentação externa dos serviços auxiliares, de maneira que ocorresse um apagão. Os geradores de emergência da usina foram ligados automaticamente, o que fez dar início ao teste. "É uma nova alternativa de alimentar o sistema Acre/Rondônia que o ONS desenvolveu e pediu o apoio de Jirau", aponta Teixeira.
Ainda de acordo com o diretor da ESBR, o ineditismo na realização do teste vai fazer com que ele vire uma espécie de benchmark para o setor. A Agência Nacional de Energia Elétrica também enviou especialistas à usina para assistir ao black start. "Isso pode ser levado a outras usinas do Brasil", observa Teixeira.