A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia celebraram nesta quinta-feira, 17 de dezembro, em São Paulo, a assinatura do acordo de cooperação do Programa de Certificação de Bioeletricidade. A iniciativa tem o objetivo de oferecer ao mercado livre a possiblidade de demonstrar preocupação com o consumo responsável e estimular a expansão da bioelericidade e do próprio mercado livre.
Segundo Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, o apoio dos comercializadores contribui para dar capilaridade ao programa e ajuda a divulgar o uso de fontes limpas. O Programa de Certificação é a primeira iniciativa deste tipo no Brasil com foco específico na bioeletricidade sucroenergética, e foi desenvolvido pela Unica em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Na prática a Unica emitirá certificados para usinas produtoras de bioeletricidade sucroenergética e consumidores que adquirem essa energia no Ambiente de Contratação Livre. A parceria com a Abraceel amplia a concessão do Selo Energia Verde a consumidores que adquirirem energia no ACL. Juntas, as afiliadas da Abraceel representam 98% da energia comercializada no ACL.
De acordo com a presidente da Unica, Elizabeth Farina, a expectativa é que a inserção do segmento das comercializadoras possa aumentar o número de participantes na iniciativa. Atualmente, já foram emitidos quase 50 Selos para produtoras de bioeletricidade a partir da biomassa da cana e cinco selos para consumidores livres que compram energia dessas usinas. O programa foi iniciado em janeiro deste ano.
O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, reforçou o empenho da Câmara em apoiar iniciativas voltadas ao mercado livre no Brasil. “O setor elétrico evolui de forma cada vez mais sustentável e o selo incentiva os consumidores a valorizarem este aspecto”, comentou. Altieri destacou a contribuição da biomassa no setor elétrico. Ele informou que existem 238 usinas do tipo participantes da CCEE, que em agosto produziram mais de 4 mil MW médios, 10% a mais que o volume geração no mesmo mês de 2014. “Mesmos com a redução do consumo, a biomassa continua aumentado sua produção”, destacou.
O gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, informou que até 31 de novembro deste ano, a geração de bioeletricidade acumulou a produção de 20.856 GWh, equivalente ao atendimento do consumo anual de 10,4 milhões de residências. No ano, a fonte evitou a emissão de 9,2 milhões de toneladas de gás carbônico, bem ajudou a poupar 14% da água nos reservatórios. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, a geração a biomassa deve sair dos atuais 19.400 GWh/ano (2014) para 177 mil GWh/ano em 2023.