A hidrelétrica de Itaipu caminha para fechar 2015 com uma produção de 89 milhões MWh ante 87,8 milhões de MWh em 2014. A diferença em relação ao ano passado deve ficar em aproximadamente 1,3 milhão de MWh, ou 1,5% a mais. Toda a energia produzida pela binacional em 2015 poderia atender ao consumo de eletricidade da cidade de São Paulo durante três anos ou, ainda, o Brasil inteiro por dois meses e uma semana. Nesta segunda-feira, 14 de dezembro, a produção de Itaipu chegou, às 9h30, a 84.708.676 MWh.
 
A energia de Itaipu continua sendo preponderante para o setor elétrico. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chip, disse que, a exemplo do que ocorreu em 2014 e 2015, a usina de Itaipu e as demais hidrelétricas do Sul do Brasil vão assegurar o abastecimento de energia no país em 2016, sem risco de colapso.
 
Segundo Chipp, Itaipu será fundamental para amenizar os efeitos da seca na bacia do Rio São Francisco, na Região Nordeste. Com base nas previsões meteorológicas, Chipp afirmou que “em 2016, não haverá uma condição climática favorável do baixo São Francisco, de Sobradinho até a foz do rio, ao contrário do cenário em Itaipu". E completou: “Vamos transferir o excedente de energia de Itaipu para o Nordeste, pelo Sistema Interligado Nacional, e não teremos problema nenhum no abastecimento”.
 
Para o diretor técnico executivo de Itaipu, Airton Dipp, a declaração de Hermes Chipp confirma que Itaipu vem trabalhando de forma sustentável para garantir o suprimento de energia dos sistemas elétrico do Brasil e do Paraguai. “Os dados de 2015 – tanto de produção, quanto de produtividade -, quando o Brasil mais uma vez enfrentou escassez hídrica, mostram que o modelo de gestão adotado em Itaipu este ano foi um sucesso”, disse Dipp. E será adotado também em 2016, mas com uma expectativa ainda melhor do que neste ano, já que El Niño, em relação às condições hidrológicas, deve trazer um primeiro semestre na região melhor do que em 2015. Isso significa mais chuva e, portanto, mais água de forma permanente.
 
Apesar da escassez hídrica do biênio 2014-2015, a média de produção da Itaipu dos últimos cinco anos está acima dos 93 milhões de MWh. Em 2013, com condições hidrológicas mais favoráveis, excelente desempenho da usina e consumo excepcional – Itaipu bateu seu próprio recorde e estabeleceu como marca anual 98,6 milhões de MWh.
 
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, a boa performance de Itaipu comprova que investir em hidrelétrica é um bom negócio para o presente e para o futuro. “O mundo inteiro vem discutindo formas para reduzir os impactos e emissões de gases efeito estufa apontando com uma das saídas o investimento em energias renováveis. O Brasil tem feito isso”, afirmou.
 
A geração de eletricidade, no País, é uma das mais limpas do planeta. Do total da capacidade instalada, de 135 mil megawatts, apenas 26 mil correspondem à energia produzida por usinas de termeletricidade, menos de 20% do total. A hidroeletricidade corresponde a 66% da matriz elétrica brasileira. Quando se verifica as usinas mais frequentemente despachadas, as que efetivamente são utilizadas, este percentual se eleva ainda mais.
 
Produtividade – A UHE Itaipu teve outro ponto de destaque em 2015: a produtividade. O bom desempenho é baseado em três indicadores, explica o superintendente de Operação, Celso Torino. O primeiro ponto foi que, a exemplo de 2014, a disponibilidade das 20 unidades geradoras deve ficar este ano acima dos 96%. Já a indisponibilidade forçada das mesmas máquinas, índice que mede o percentual de falhas técnicas ou humanas que não permitiram que as unidades geradoras produzissem, ficará abaixo de 0,1%, considerada uma marca excepcional. Por último, o Fator de Capacidade Operativa, indicador que mede o grau de aproveitamento da água na produção de energia, “apesar da indesejável volatilidade dos volumes de água deste ano, ficará mais uma vez acima dos 97%”, diz Torino.
 
O superintendente de Operação conclui que “a combinação desses indicadores reafirma a excelente performance operacional da hidrelétrica, resultado da qualidade do seu projeto, da construção, da manutenção e da operação interna e coordenada com seus principais parceiros, a empresa paraguaia Ande e as brasileiras Eletrobras, Furnas e ONS”.